Por que a Vitru quer migrar para a B3 e o que muda para investidores?

Iniciativa deverá melhorar a liquidez da Vitru, permitindo maior acesso a investidores pessoa física e a fundos locais

Felipe Moreira

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A Vitru Limited (VTRU), holding de educação dos grupos de ensino a distância Uniasselvi e UniCesumar, anunciou na última terça-feira (5) sua reorganização societária, na qual elimina o veículo jurídico Vitru Limited através de sua incorporação pela Vitru Brasil (holding brasileira do grupo), com objetivo de transferir a listagem da empresa da Nasdaq para a B3 (no segmento Novo Mercado).

O Bradesco BBI avaliou o anúncio como positivo, uma vez que a liquidez das ações é um grande obstáculo para a tese de investimento da VTRU, com um volume médio diário negociado (ADTV, na sigla em inglês) de 3 meses de apenas R$ 2 milhões.

Conforme o BBI, a iniciativa deverá melhorar a liquidez da VTRU, permitindo maior acesso dos investidores pessoa física e fundos locais. “Ressaltamos, entretanto, que o free float é a principal restrição à liquidez, representando apenas 6% das ações em circulação excluindo gestora global de origem chilena Compass, que detém cerca de 16,9% das ações da empresa de educação”, avalia.

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A migração poderia, na avaliação do Itaú BBA, ajudar a aumentar a liquidez da empresa e gerar interesse na tese de investimento entre os investidores locais, que, em alguns casos, têm restrições para investir no exterior.

De acordo com relatório, a migração também deverá facilitar um potencial follow-on (oferta de ações), o que poderá ajudar a diminuir a alavancagem financeira da empresa e aumentar ainda mais a liquidez, embora a empresa venha conseguindo reduzir  alavancagem financeira organicamente.

Na mesma linha que BBI e BBA, o Morgan Stanley classificou a iniciativa de relistagem na B3 como positiva, já que aproximará a empresa dos investidores locais e ajudará a remover o principal obstáculo, que é a liquidez limitada.

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Embora a alavancagem seja elevada, a empresa está no caminho certo para manter um processo de desalavancagem orgânica gradual e tem a opção de vender os seus 348 assentos médicos, um ativo relativamente líquido e de alta qualidade.

Com relação ao operacional, o Morgan destaca que a empresa é um dos players de melhor desempenho no Brasil, com ótima execução e foco em EAD (segmento de crescimento mais rápido), superando pares e entregando sinergias após a aquisição da Unicesumar. “A Vitru está se beneficiando da alavancagem operacional após integrar a estrutura de custos e deverá começar a ver sinergias comerciais, principalmente a partir do reposicionamento de preços na Unicesumar”, explicam analistas.

A Vitru é a principal escolha do Morgan Stanley no setor de educação, e a principal desvantagem do papel tem sido a baixa liquidez, que deve melhorar com a listagem na B3. Com isso, o Morgan Stanley mantém recomendação equivalente à compra, com preço-alvo de US$ 24,50.

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O BBI reitera avaliação outperform para as ações da Vitru e preço-alvo de US$ 26, tendo em vista uma avaliação atrativa, com a ação negociada (por enquanto) na Nasdaq sendo negociada a 7,7 vezes o múltiplo de Preço (P)/Lucro (L) para 2024 (desconto de 28% na média ante Ânima ANIM3, Yduqs YDUQ3 e Cogna COGN3). Além disso, vê fundamentos robustos de crescimento a longo prazo, dado o seu foco na educação digital e o forte posicionamento no mercado.

O BBA também tem recomendação equivalente à compra para ADR da Vitru, com preço-alvo de US$ 29.

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