Política monetária deve equilibrar combate à inflação e estabilidade, diz diretora-gerente do FMI

Kristalina Georgieva destaca em discurso que economia global é mais interdependente do que se pensava e que choques são mais frequentes

Estadão Conteúdo

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva Foto: Mark Wilson/Getty Images)

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A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, defendeu nesta quinta-feira (9) que a política monetária mantenha foco em reduzir a inflação. Ao mesmo tempo, pediu que exista um cuidado em evitar repercussões negativas nesse contexto, sobretudo nos países mais vulneráveis.

Georgieva defendeu a importância de um mundo mais interdependente. Segundo ela, é necessário haver cooperação em comércio e dívida, além de se garantir que países mais pobres tenham acesso a financiamento.

“Os últimos anos mostraram-nos duas grandes coisas sobre a economia mundial: ela é mais interdependente do que pensávamos. Pense nas formas como as cadeias de abastecimento foram perturbadas durante a pandemia e no impacto da fragmentação desde então. Nosso mundo também está mais sujeito a choques”, comentou

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Entre os choques em sequência, Georgieva listou que, depois da covid-19, tivemos a invasão da Ucrânia pela Rússia, e que os desastres climáticos continuaram a tornar-se mais graves. “Estes choques contribuíram para uma crise de custo de vida que atinge mais duramente os pobres. E o conflito Israel-Hamas acrescenta mais incerteza e risco.”

Ele pediu ainda uma reflexão sobre como reduzir a inflação para os níveis desejados, mantendo ao mesmo tempo o crescimento e a estabilidade financeira. “Esta é uma questão que se coloca tanto às economias de mercado avançadas como às emergentes.”

As breves declarações foram feitas na abertura da conferência anual de pesquisa Jacques Polak, que neste ano homenageia Ken Rogoff, ex-economista chefe do FMI entre 2001 e 2003.

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Ex-orientanda e depois colega de Rogoff na Universidade Harvard, Gita Gopinath, primeira subdiretora-geral e também ex-economista-chefe do Fundo, falou brevemente sobre a trajetória de Rogoff: “Um dos economistas vivos mais influentes.”