Petrobras (PETR4): por que o UBS BB elevou preço-alvo, mas manteve recomendação de venda para as ações da estatal

Últimos desdobramentos não foram tão ruins quanto se esperava, apontam analistas, mas muitas incertezas (agora sobre dividendos) seguem no radar

Equipe InfoMoney

Logo da Petrobras em tela de celular (Shutterstock)

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Ainda que vejam que os últimos desdobramentos para a Petrobras (PETR3;PETR4) nesses primeiros meses sob nova gestão não tenham sido tão negativos, os analistas do UBS BB reiteraram a recomendação de venda para os ativos da petroleira, enquanto elevaram o preço-alvo das ações ordinárias e preferenciais de R$ 20 para R$ 22. O novo preço-alvo configura um valor 25% menor para os papéis PETR3 e 17% menor para PETR4 em relação ao fechamento das ações na quinta-feira (25).

As notícias recentes, apontam, provaram ser menos negativas do que esperavam. Os analistas avaliam que o ambiente macroeconômico, com o real mais valorizado e o petróleo Brent enfraquecido, tem permitido a estatal cortar preços de combustíveis e contribui para que o discurso público contra a empresa diminua.

Porém, Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos, analistas que assinam o relatório, reiteram cautela, muito à espera da divulgação da política de dividendos (a ser anunciada em julho). O caso-base é de um pagamento de 40% do fluxo de caixa livre (FCF, na sigla em inglês), o que levaria a um rendimento de cerca de 3% (dividend yield, dividendo em relação ao preço da ação) por trimestre.

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Para os analistas, isso seria negativo para a ação, com risco de queda (para valores ainda mais baixos) de rendimentos e/ou menor visibilidade nos pagamentos.

O banco lembra que o Conselho da Petrobras solicitou à diretoria que elabore melhorias no política de remuneração da empresa, sendo que há indicações de que o pagamento será acima dos 25% mínimos do lucro.

Já sobre a política de preços de combustíveis anunciada na semana passada, os analistas apontam que ela traz controles menos restritivos e menor visibilidade nas margens. “Não mudamos nossa modelagem, com nossas estimativas mirando margem de refino zero no processamento de petróleo bruto importado, embora margens ainda positivas no refino doméstico”, apontam.

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Eles veem desafios para a Petrobras elevar os preços caso o brent suba e, embora prevejam até um impacto líquido marginal positivo nos lucros caso os preços dos combustíveis sejam deixados fixos com o aumento do petróleo, acreditam que os investidores podem favorecer outras empresas do setor, com exposição mais direta a commodity.

O preço-alvo da ação, por sua vez, foi elevado de forma a incorporar a maior participação do segmento de gás na companhia, parcialmente compensada pela visão de perfil de reservas pior e aumento da dívida líquida.

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