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Após 60 dias, a Petrobras (PETR3;PETR4) anunciou que fará ajuste nos seus preços de venda de diesel para as distribuidoras.
A partir da próxima terça-feira (10), o preço médio de venda de diesel da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro, ou uma alta de 8,87%. Estão mantidos os preços de gasolina e GLP.
Considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,06, em média, para R$ 4,42 a cada litro vendido na bomba, uma variação de R$ 0,36 por litro (ou alta de 8,87%).
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“Com esse movimento, a Petrobras segue outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda acompanhando os preços de mercado”, destacou a companhia.
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A estatal destacou que o último ajuste de preços aplicado pela Petrobras aconteceu em 11 de março e, naquele momento, refletia apenas parte da elevação observada nos preços de mercado. Esta decisão observou tanto o desalinhamento nos preços quanto a elevada volatilidade no mercado.
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Desde aquela data, a Petrobras manteve os seus preços de diesel e gasolina inalterados e reduziu os preços de GLP, observando a dinâmica de mercado de cada produto, destacou.
Nesse momento, contudo, a companhia apontou que o balanço global de diesel está impactado por uma redução da oferta frente à demanda. Os estoques globais estão reduzidos e abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões supridoras. “Esse desequilíbrio resultou na elevação dos preços de diesel no mundo inteiro, com a valorização deste combustível muito acima da valorização do petróleo. A diferença entre o preço do diesel e o preço do petróleo nunca esteve tão alta”, avaliou.
Refinarias operando perto do nível máximo
A companhia ressaltou ser importante reforçar que suas refinarias já estão operando próximo do seu nível máximo (fator de utilização de 93% no início de maio), considerando as condições adequadas de segurança e de rentabilidade, e que o refino nacional não tem capacidade para atender toda a demanda do país. Dessa forma, cerca de 30% do consumo brasileiro de diesel é atendido por outros refinadores ou importadores.
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“Isso significa que o equilíbrio de preços com o mercado é condição necessária para o adequado suprimento de toda a demanda, de forma natural, por muitos fornecedores que asseguram o abastecimento adequado”, aponta.
A companhia ressaltou que reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, acompanhando as variações para cima e para baixo, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos da volatilidade, ou seja, evita o repasse das variações temporárias que podem ser revertidas no curto prazo. “Como exemplo, podemos citar variações circunstanciais do preço do petróleo e da taxa de câmbio”, avalia.
A empresa ainda destacou que essa prática está em conformidade com os parâmetros legais e o ambiente de livre competição que vigora no Brasil há mais de vinte anos, de acordo com a Lei 9478/97 (Lei do Petróleo).
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Na sexta, a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) afirmou que os preços do diesel e da gasolina praticados pela Petrobras no mercado interno estavam defasados em relação ao internacional e seria necessário elevá-los em R$ 1,27 e R$ 0,78 nas refinarias para manter a política de paridade de preços da estatal.
Cabe ainda destacar que, na última semana, pouco antes da divulgação dos resultados da Petrobras do primeiro trimestre de 2022, o presidente Jair Bolsonaro fez apelos para que a empresa não voltasse a aumentar o preço dos combustíveis no Brasil.
Aos gritos, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente afirmou que os lucros registrados recentemente pela empresa são “um estupro”, beneficiam estrangeiros e quem paga a conta é a população brasileira. Contudo, ele descartou interferir na companhia.
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“Se tiver mais um aumento (nos preços dos combustíveis), pode quebrar o Brasil. E o pessoal da Petrobras não entende, ou não quer entender. A gente sabe que têm leis. Mas a gente apela para a Petrobras que não aumente os preços”, disse Bolsonaro, que também chamou o lucro da estatal de “abusivo” e o classificou como “crime”. “Se aumentar de novo o preço dos combustíveis, o nome da Petrobras vai para a lama”, acrescentou.
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