Petrobras, Ambev e Vale sobem forte; uma ação dispara 6% com recomendação

Entre os destaques ainda estiveram as ações da Estácio que fecharam em queda hoje após a companhia informar que adiou suas aulas presenciais após instabilidades na contratação do Fies

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após quatro sessões de perdas, a Bolsa teve um alívio nesta terça-feira (3), com o Ibovespa fechando com alta de 0,56%, a 51.304 pontos. O destaque do dia ficou com as ações da Petrobras, que fecharam com fortes altas após a estatal anunciar ontem que venderá US$ 13,7 bilhões em ativos em seu plano de desinvestimento de 2015 e 2016. 

Outra blue chip que chamou atenção do mercado foi a Vale, que viu suas ações fecharem com ganhos após ampliar o contrato com a canadense Silver Wheaton para venda de ouro produzido como subproduto da extração de cobre da mina de Salobo, no Brasil. Na ponta positiva ainda fecharam as ações da Oi (OIBR4, R$ 6,36, +6,53%), que lideraram os ganhos do Ibovespa.

No negativo, no entanto, chamaram atenção os papéis da Estácio, que fecharam com fortes perdas após a companhia ter adiado o início das aulas presenciais após as instabilidades na contratação do Fies (programa de financiamento estudantil). No índice, 11 ações fecharam com queda superior a 2%. Para ver as altas e baixas do dia, acesse a ferramenta da InfoMoney clicando aquiJá fora do Ibovespa ainda ficaram no radar dos investidores as ações da Time for Fun, que fecharam com fortes ganhos hoje após a companhia ter divulgado seus resultados para o quarto trimestre de 2014 e para o acumulado do ano. 

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Confira abaixo os principais destaques desta sessão: 

Petrobras (PETR3, R$ 9,51, +2,48%; PETR4, R$ 9,60, +2,13%)
Após chegar a subir 4%, as ações da Petrobras fecharam com ganhos mais amenos nesta terça-feira. O motivo da euforia do mercado é o anúncio do plano de desinvestimento da estatal para 2015 e 2016. Segundo fato relevante, a companhia pretende se livrar de US$ 13,7 bilhões em ativos até o ano que vem. Para analistas, embora no primeiro momento a notícia seja positiva, os efeitos do plano vão depender de quais serão os ativos vendidos. “Apesar de vermos positivamente o anúncio de um novo e mais agressivo plano de desinvestimento, acreditamos que a sua execução será chave e demandante, diante do cenário de preços de commodities continuamente volátil e das condições macro brasileiras”, afirmou a equipe de analistas do Santander. A XP Investimentos lembrou ainda que o desinvestimento e a redução no investimento gerarão uma queda de receita na companhia. 

Vale (VALE3, R$ 20,79, +1,12%; VALE5, R$ 18,08, +0,84%)
A Vale ampliou o contrato com a canadense Silver Wheaton para venda de ouro produzido como subproduto da extração de cobre da mina de Salobo, no Brasil. O aditivo ao acordo original de compra de ouro, datado de fevereiro de 2013, prevê a compra de um fluxo adicional de 25% do ouro pagável durante toda a vida útil da mina. Segundo a equipe do Itaú BBA, o anúncio é ligeiramente positivo para ação – como pôde-se observar pela movimentação do papel hoje na Bolsa. As ações da Bradespar (BRAP4, R$ 12,99, +2,12%), holding que detém ações na Vale, também fecharam entre os ganhos.

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Ontem, a corretora rebaixou a recomendação das ações da Vale para underweight (desempenho abaixo da média), citando expectativa de queda do preço do minério de ferro. O Credit Suisse também divulgou relatório sobre a empresa, cortando o preço do ADR (American Depositary Receipts) de US$ 7,50 para US$ 7, com recomendação de venda.

Siderúrgicas
No mesmo caminho das ações da Vale, os papéis das siderúrgicas também fecharan em alta hoje: CSN (CSNA3, R$ 5,23, +0,77%), Usiminas (USIM5, R$ 4,29, +3,37%; USIM3, R$ 13,93, -2,45%), Gerdau (GGBR4, R$ 9,98, +1,32%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 11,00, +2,61%). Ontem, os papéis da Gerdau caíram com corte da recomendação do Itaú BBA para market perform (desempenho em linha média). 

No caso da Usiminas ainda vale lembrar a briga societária entre as duas companhias do bloco de controle da siderúrgica, Nippon Steel e Ternium. A briga, que se estende, chegou à Bovespa no final do ano passado e fez com que os papéis USIM3 e USIM5 se descolasse, uma vez que a demanda pelos ativos ON foi muito grande pois eles detém a ferramenta do “tag along”, que protege os minoritários em um caso de venda de participação na companhia. No entanto, em 11 pregões os ativos USIM3 fecharam em queda em 10 sessões, acumulando perdas de 36%; no caso dos papéis preferenciais, estes já acumulam valorização de 1% no período.

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Concessionárias
As ações das empresas de concessão de rodoviais fecharam em queda hoje em meio à notícia de que Dilma Rousseff sancionou ontem a lei dos caminhoneiros, sem vetos. A lei assegura vantagens para os caminhoneiros como isenção de pagamento de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, perdão das multas por excesso de peso expedidas nos últimos dois anos, ampliação de pontos de parada para descanso e repouso. Hoje, fecharam em queda as ações da Ecorodovias (ECOR3, R$ 10,30, -2,00%), Arteris (ARTR3, R$ 8,60, -4,97%) e CCR (CCRO3, R$ 15,76, -1,81%).  

Ambev (ABEV3, R$ 18,43, +1,94%)
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou sem restrições a criação de uma joint venture da Ambev e a Whirlpool para a criação de uma empresa focada em pesquisar, desenvolver, produzir, vender, distribuir, comercializar, importar e exportar o B.Blend, que produz bebidas mediante a utilização de cápsulas. A decisão foi divulgada no Diário Oficial da União.

Estácio (ESTC3, R$ 18,05, -3,73%)
A Estácio Participações adiou o início das aulas presenciais devido a instabilidades para contratação do Fies, programa de financiamento estudantil do governo federal. A data da primeira aula dos calouros passou de 4 para 11 de março e foi modificada em respeito aos alunos que ainda não conseguiram efetivar contratações de financiamento para o primeiro semestre de 2015, informou a empresa. Na Bolsa, a queda das ações da Estácio puxam a Kroton (KROT3, R$ 10,05, -2,62%), do mesmo setor.

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Comgás (CGAS5, R$ 42,50, +6,49%)
As ações da Comgás fecharam na máxima do dia nesta terça-feira, após ter sua recomendação elevada pelo Itaú BBA para outperform (equivalente a compra). O volume movimentado com o papel também impressionou, atingindo R$ 15,1 milhões, bem acima da média diária de 21 períodos de R$ 1,9 milhão.  

Cielo (CIEL3, R$ 44,40, +1,49%)
As ações da Cielo fecharam em alta nesta sessão e se aproximam da máxima histórica, de R$ 44,94 alcançada na sexta-feira passada. A empresa informou adiamento da assembleia geral extraordinária para cortar dividendos por conta da joint venture com o Banco do Brasil e emissão de debêntures. 

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 25,60, +1,83%)
A British American Tobacoo (BAT) apresentou ontem perante à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) o pedido para oferta pública para comprar a totalidade das ações da fabricante de cigarros brasileira Souza Cruz. O preço da oferta será de R$ 26,75 por ação, mesmo valor indicado pela BAT na semana passada, quando informou que pretendia realizar a OPA. Ontem, saiu uma reportagem no Valor, pela manhã, apontando que os acionistas da companhia teriam considerado o valor baixo, dando a entender que a oferta não terá aceitação garantida. Neste pregão, as ações CRUZ são negociadas com um prêmio de 4,66% frente ao valor da OPA.

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Energias do Brasil (ENBR3, R$ 8,60, -0,58%)
O resultado da empresa de energia elétrica surpreendeu pelas proporções. O lucro da Energias do Brasil aumentou 664,6% no quarto trimestre de 2014, para R$ 317,3 milhões, ante R$ 41,5 milhões no mesmo período do ano anterior, impulsionado por ganhos regulatórios e aumento de preços de energia e apesar do forte aumento de gastos não gerenciados pela empresa. Na mesma base de comparação, a receita líquida da companhia cresceu 62,1%, para R$ 2,75 bilhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) teve um incremento de 223,8%, chegando a R$ 760,3 milhões.

Time for Fun (SHOW3, R$ 2,30, +5,99%)
A T4F fechou o 4º trimestre com um prejuízo líquido 1.046% maior do que no mesmo período de 2013, saltando de R$ 3,7 milhões para R$ 42,4 milhões. Com isso, o prejuízo acumulado no ano ficou em R$ 70,3 milhões, ou 378% superior a 2013. O principal motivo para o resultado negativo, segundo a T4F, foi a contratação superdimensionada do espetáculo Corteo do Cirque du Soleil, que faz parte do quadro de eventos da T4F desde 2006. Junto com a piora econômica de países da Améria Latina, onde a empresa atua, essa contratação exagerada do concerto impactou negativamente o balanço da companhia, “corroendo de forma significativa as margens”.

CSU CardSystem (CARD3, R$ 3,00, +1,64%)
Depois de três quedas seguidas, quando acumularam perdas de 15,5%, as ações da CSU CardSystem tiveram pregão de alívio hoje. A companhia anunciou nesta manhã que a redução da desoneração da folha de pagamento, comunicada pelo governo na sexta-feira, deve provocar um impacto de 6% a 7,7% no Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2015. A estimativa levou em consideração a elevação da alíquota referente à contribuição para a Previdência sobre a receita bruta de 2% para 4,5%, faixa na qual a CSU se enquadra. 

Arezzo (ARZZ3, R$ 26,80, +3,04%)
As ações da Arezzo fecharam com fortes ganhos hoje após divulgação do resultado do quarto trimestre. A fabricante de calçados registrou lucro líquido de R$ 112,7 milhões em 2014, com alta de 2% na comparação anual. A receita líquida da companhia avançou 9,3%, para R$ 1,05 bilhão no período de janeiro a dezembro do ano. De acordo com o analista Marcel Moraes, do Deutsche Bank, a Arezzo foi a marca com melhor desempenho, com vendas de 12% ano por ano. 

Guararapes (GUAR4, R$ 72,25, -0,89%)
A Guararapes, dona da Riachuelo, informou ontem à noite que encerrou o quarto trimestre de 2014 com lucro líquido de R$ 191,4 milhões, queda de 8% na comparação com o mesmo período de 2013. O lucro por ação foi de R$ 3,07, ante R$ 3,33 um ano antes.  

Fertilizantes Heringer (FHER3, R$ 3,96, -3,65%)
Depois da disparada da véspera (+17,09%), as ações da Fertilizantes Heringer tiveram leve queda na Bolsa hoje. A companhia, uma das três maiores do setor no Brasil, informou ontem à noite seu resultado do quarto trimestre e completo de 2014. A empresa encerrou o ano com receita líquida de R$ 5,9 bilhões, contra R$ 5,4 bilhões em 2013. O lucro líquido ficou em R$ 7,9 milhões, contra prejuízo líquido de R$ 33,9 milhões em 2013. Na véspera, a empresa anunciou ainda que seus controladores venderam 9,5% do capital social da companhia a PCS Sales. 

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