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A Petrobras (PETR3;PETR4) divulga seus resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23) nesta quinta-feira (9) após o fechamento do mercado, com expectativas de números mais uma vez bastante fortes, guiados pela alta sequencial dos preços do petróleo e aumento da produção. Assim, também são esperados dividendos robustos.
Porém, mais do que os resultados entre julho e setembro, os próximos passos da estatal petroleira também estão no radar dos investidores.
O consenso LSEG de analistas projeta, na média, um lucro líquido de R$ 30,485 bilhões, Ebitda (ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) de R$ 69,05 bilhões e receita líquida de R$ 130,157 bilhões no período entre julho e setembro deste ano.
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Com fortes preços sequenciais do Brent e produção saltando 9,1% no trimestre, a Petrobras deve apresentar resultados muito fortes, avalia o Bradesco BBI. “Esperamos que o Ebitda aumente 19% em relação ao trimestre anterior, para US$ 13,9 bilhões, também ajudado pelo aumento dos preços domésticos do diesel em 13% em dólares americanos. Prevemos pagamentos de dividendos no trimestre em US$ 2,9 bilhões”, complementa o banco.
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A XP também espera um trimestre sólido para a companhia, com Ebitda ajustado de US$ 14,4 bilhões (+26% na base trimestral). A estimativa de fluxo de caixa operacional (FCO) menos capex (investimento), ou o fluxo de caixa livre (FCL), é de US$ 9,6 bilhões. Portanto, a previsão de pagamentos mínimos de dividendos (45% do FCL) é de US$ 4,3 bilhões (cerca de R$ 1,60 por ação ou cerca de 4,5% de yield sobre PETR4).
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O Itaú BBA estima um Ebitda de US$ 14,5 bilhões no trimestre, um aumento de 24% em relação ao trimestre anterior, devido ao aumento dos preços do petróleo, da produção e das vendas.
Isto provavelmente permitirá um pagamento de dividendos, de acordo com a política de remuneração aos acionistas, de US$ 3,9 bilhões para o trimestre, o que implica em um dividend yield (retorno do dividendo) de 4,1%.
“Note que a Petrobras irá rever seu guidance (projeção) de produção de petróleo e gás, e este deverá ser divulgado juntamente com o resultado trimestral. Avaliamos que este anúncio deverá ser um gatilho positivo para a ação”, aponta o BBA.
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O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (Ineep) estima lucro líquido de R$ 26,2 bilhões para a Petrobras no terceiro trimestre. O Ineep estima, também, receita líquida de R$ 126,2 bilhões e Ebitda ajustado de R$ 63,7 bilhões.
Já sobre os proventos, a instituição de pesquisa estima que a estatal vai distribuir R$ 17,2 bilhões (US$ 3,5 bilhões) a acionistas na forma de dividendos neste terceiro trimestre.
O cálculo do dividendo estimado (R$ 17,2 bilhões) equivale a 45% desse fluxo de Caixa Livre, porcentual definido após a mudança na política de remuneração de acionistas, anunciada no fim de julho.
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“Desse total estimado de lucros a serem distribuídos (R$ 17,2 bilhões), 36,61% irão para o governo federal e para o BNDES; 63,17% para acionistas privados, dos quais 47,72% para os acionistas não brasileiros (NYSE-ADRs, B3, CRGI e Blackrock) e 15,45% para os acionistas privados brasileiros”, lembra o Ineep.
O grande evento para a estatal
A Genial reforça a visão de que a Petrobras vá apresentar resultados sólidos, derivado da evolução dos volumes produzidos e preços “interessantes” do brent.
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Entretanto, avalia que o resultado operacional a ser apresentado no 3T23 já está razoavelmente precificado com o atual rally do ativo desde o início do ano.
“Em nossa leitura, o evento mais importante do ano deve ser anunciado no mês de novembro e se trata do seu Planejamento Estratégico 2024-2028. Vale lembrar que esse deve ser o primeiro Planejamento Estratégico que será divulgado sob a tutela do governo federal eleito nas eleições presidenciais de 2022. Sendo assim, esperamos ver a materialização em números das ideias anunciadas pelo governo ao longo dos últimos meses (eólicas offshore, margem equatorial, pré-sal, aquisição de refinarias, investimentos em outros países etc.)”, aponta.
Assim, de maneira resumida, o foco dessa expectativa deve ser não apenas no volume de investimentos esperados, mas também no quanto desse novo volume de investimentos deve se realizar fora do negócio central da empresa: o segmento de Exploração & Produção. Para fins de comparação, o atual plano de negócios da empresa aloca 83% do seu fluxo de investimentos no segmento de E&P.
“Nossa preocupação diz respeito a alocação de capital em negócios pouco rentáveis (somos céticos quanto a viabilidade econômica de eólicas offshore, com investimentos por capacidade instalada muito superior as onshore e em meio a preços de longo prazo pouco interessantes, por exemplo) e/ou com a possibilidade de projetos que sofram atrasos de entrega ou explosão em seus orçamentos (como as refinarias do passado…)”, avalia a Genial.
Os analistas da casa ressaltam que esse processo acabaria por reduzir a geração de caixa da empresa e, naturalmente, o pagamento de dividendos e, no pior dos cenários, a própria geração de valor de longo prazo da empresa.
Cabe ressaltar que, nos últimos dias, ganhou destaque a notícia do jornal O Globo de que o novo plano será superior a US$ 100 bilhões, maior que atual, de US$ 78 bilhões para o período 2023/2027.
Em esclarecimento, a estatal afirmou que o seu Plano Estratégico 2024-2028 (PE 2024-28) está em construção, e ainda seguirá para aprovação da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração da companhia.
Ao comentar a notícia, o Bradesco BBI apontou que, se o plano realmente contabilizar investimentos superiores a US$ 100 bilhões, as ações podem sofrer, já que o mercado projetava cerca de US$ 90 bilhões.
O Goldman Sachs também destacou esperar até então um investimento da ordem de US$ 90 bilhões. “Como tal, embora permaneçamos positivos sobre o dividend yield [dividendo sobre o preço da ação] a de dois dígitos olhando a atual fórmula de dividendos em 2024 e potencial aumento de dividendos extraordinários, vemos o anúncio do plano estratégico como um risco potencial a curto prazo a ser
monitorados pelos investidores”, avaliam os analistas.
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