Mitre (MTRE3) amplia lucro em 16,8% no 1º tri e projeta fim da “queima” de caixa

Incorporadora que atua em São Paulo vê trimestre melhor que o esperado, com o melhor primeiro trimestre em vendas da empresa

Rikardy Tooge

Projeto da Mitre, localizado na Vila Guilhermina, em São Paulo (Divulgação)

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A Mitre Realty Empreendimentos (MTRE3), construtora e incorporadora que atua na cidade de São Paulo, reportou nesta quinta-feira (11) lucro líquido recorrente de R$ 20,22 milhões no primeiro trimestre do ano, com alta de 16,8% em relação ao mesmo intervalo de 2022.

Em um momento em que o setor imobiliário é visto com ressalvas pelo mercado diante da atual taxa de juros pressionar o consumo, o vice-presidente de operações da Mitre, Rodrigo Cagalli, destacou que o trimestre foi melhor que o esperado para a companhia.

A receita líquida avançou 37,6% no trimestre, chegando em R$ 190,6 milhões, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) cresceu 41%, para R$ 22,49 milhões – o indicador ajustado subiu 82,2%, a R$ 33,8 milhões.

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“Foi nosso recorde de vendas para um primeiro trimestre, que sazonalmente é um período de menor negociação”, explica Cagalli ao InfoMoney.

Entre janeiro e março, a empresa registrou R$ 242,4 milhões em vendas líquidas, com crescimento de 57,8% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Os distratos (cancelamentos) pelo volume da carteira de imóveis teve crescimento marginal de 0,3 ponto percentual, chegando a 1,8%.

Neste sentido, o executivo aponta a resiliência do mercado imobiliário de São Paulo, o principal do país, que ajudou a impulsionar as vendas. “Acredito que tanto o fim do período de eleições como a resistência dos preços dos imóveis estimularam as pessoas a comprar ou a manter o imóvel para não perder a valorização que teve”, avalia.

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Rodrigo Cagalli, VP de operações da Mitre (Divulgação)
Rodrigo Cagalli, VP de operações da Mitre: estabilidade no fluxo de caixa a caminho (Divulgação)

Do ponto de vista operacional, Rodrigo Cagalli destaca ainda que o alto nível de comprometimento dos clientes nos pagamentos durante as obras – cerca de 60% do valor do imóvel é pago durante a construção, enquanto um patamar aceitável seria de 30% – tem permitido uma maior gestão das margens em um período mais desafiador para as empresas de capital intensivo.

De acordo com a Mitre, a margem Ebitda cresceu 0,3 ponto, para 11,8%, enquanto a do Ebitda ajustado chegou a 17,7%, alta de 4,3 pontos.

Na estrutura de capital, a construtora demonstra otimismo com o fim do ciclo da queima de caixa, que foi o menor desde seu IPO (oferta pública inicial, em inglês), feito no começo de 2020.

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No trimestre, a Mitre viu seu endividamento sobre o patrimônio líquido avançar 2,2 pontos no comparativo com o 4T22, para uma relação de 29,1%. A queima de caixa no período foi de R$ 20,7 milhões, o que, na visão do executivo, é um indicativo de que está próxima a estabilidade operacional.

“Estamos na fase de entrega de vários projetos, que é o momento em que nos desalavancamos. Enquanto nossos concorrentes começam a atingir o pico da queima de caixa, nós estamos na reta final. Isso nos dá segurança de que esse ano estaremos com o caixa estabilizado”, completa Cagalli.

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Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br