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Às vésperas da divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23) do Magazine Luiza (MGLU3), a ser revelado nesta segunda-feira (13) após o fechamento do mercado, o JPMorgan revisou as suas projeções para a varejista tendo em vista os números divulgados pelo seu par Casas Bahia (BHIA3) na última quarta-feira (13). BHIA3 reportou prejuízo líquido de R$ 836 milhões no período montante 311% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.
O JPMorgan tem recomendação neutra para as ações do Magalu, sem um preço-alvo definido, enquanto possui recomendação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para Casas Bahia.
Para o Magalu, Joseph Giordano e equipe, que assinam o relatório, continuam a ver um mercado desafiador e particularmente na categoria de mais alto tíquete (de bens duráveis), que provavelmente estarão em queda anual.
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Isso enquanto o grupo Casas Bahia continua liquidando parte de seus estoques como parte do seu turnaround/ plano de simplificação. Os analistas sinalizam que esse movimento de redução de estoques deve permanecerá no 4T23, já que a Casas Bahia espera ajustar outros R$ 230 milhões em seus níveis de estoque.
“Ainda assim, numa nota mais positiva, o mercado da empresa deverá continuar a crescer em um ritmo sólido, enquanto o evento da Black Friday provavelmente oferecerá alguns ventos favoráveis ao crescimento, embora não seja um ‘salva-vidas’, com previsões de crescimento entre 13-17% ano a ano, ante uma base fraca de crescimento de 3% do período anterior”, avalia a equipe de análise.
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Assim, em suma, o banco espera um crescimento moderado do volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) para o Magalu este ano (+8% ao ano, para R$ 65 bilhões) juntamente com com alguma recuperação até 2024 – entre 13% e 19% (“mid-teens”).
“Além disso, dadas as perspectivas desafiadoras de faturamento, o Magalu continua focado em melhorar a lucratividade monetizando melhor seu mercado, racionalizando custos somados a menos eventos promocionais o que, em conjunto, deverá gerar ganhos de margem. No entanto, o índice de alavancagem ajustada deverá permanecer em níveis elevados em cerca de 6,5 vezes, prejudicando os resultados financeiros”, apontam os analistas.
Em suma, à medida que ajusta a sua curva de crescimento dado o contexto operacional desafiador, o banco cortou a sua projeção para as vendas esperadas em 2024 para 8% e para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado em 10%.
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Com MGLU3 negociando a um EV (valor da empresa) / Ebitda em 9,8 vezes para 2024 e 8,6 vezes para 2025, o banco vê o valor justo das ações na faixa entre R$ 2 e R$ 2,50, permanecendo com recomendação neutra no papel.
Olhando especificamente para 2023, com expectativa de um crescimento de 8% ano a ano, o banco avalia que a alta deve ser apoiada principalmente pelo marketplace (3P, com crescimento anual de 23%), embora o cenário macro e a alavancagem dos consumidores continuem a pressionar o desempenho das lojas físicas (+4% ao ano) e 1P (estoque próprio) online (com projeção de avanço de 3%).
“Para 2024, modelamos a aceleração do crescimento do GMV para cerca de 15% ajudado por novos cortes nas taxas de juros [Selic], provavelmente impulsionando alguma recuperação da demanda. Do lado da margem, a empresa continua a se concentrar em preços, eficiência de despesas e melhor monetização do mercado, ao mesmo tempo que adiciona mais serviços. Ainda assim, as melhorias têm ocorrido mais lentamente do que o esperado, e agora esperamos que 2023 feche com margem Ebitda ajustada de 5,7% (versus 6,4% antes), estável ano a ano e incorpora 140 pontos-base de ganho de margem em 2024. para 7,1% (versus 7,3% antes)”, aponta.
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O JPMorgan aponta que o varejo online ainda é muito pouco penetrado no Brasil, levando a oportunidades daqui para frente. Neste contexto, players como Magazine Luiza devem capturar o crescimento robusto do setor em próximos anos antes de haver uma grande consolidação da indústria.
“Ainda assim, macro difícil e consumidores pressionados devem ser ventos contrários à demanda relevantes por itens duráveis de alto valor. E enquanto esperamos melhorar as margens, dada a abordagem mais racional ambiente competitivo e esforços de preços mais elevados, sinalizamos que o crescimento do GMV deve ser morno este ano. E, apesar do melhorias esperadas na rentabilidade, a alavancagem deverá permanecer em níveis elevados”, concluem.
Voltando para as expectativas para o terceiro trimestre, o Itaú BBA espera uma compressão de 0,2 ponto porcentual (pp) em um ano na margem Ebitda do Magalu. “Projetamos uma perda [prejuízo] de R$ 176 milhões para a companhia”, aponta.
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A XP espera que o Magazine Luiza divulgue resultados mistos no terceiro trimestre, com fraco desempenho de receita, mas uma melhora nas margens. “O GMV total deve crescer 4% no comparativo anual, principalmente suportado pelo desempenho 3P (+25%), enquanto 1P e lojas físicas devem permanecer pressionadas (-6% e estáveis, respectivamente) com o cenário macro desafiador continuando a pesar sobre a procura de bens duráveis”, aponta a casa.
Quanto à rentabilidade, espera que a margem bruta aumente +110 pontos-base em relação ao ano anterior (+10 pontos-base no trimestre, para 28,9%) com o mix de canais e repasse da DIFAL para preços. Já a margem Ebitda deve ter queda no comparativo anual (-50 pontos-base, para 5,5%), embora 40 pontos-base melhor no trimestre, com desalavancagem operacional compensando a otimização de custos. A XP espera que o prejuízo líquido deva ficar em R$ 187 milhões ante R$ 146 milhões do ano passado, com despesas financeiras ainda como um peso, embora espere que o fluxo de caixa livre (FCF) seja positivo em uma melhor dinâmica de capital de giro.
A projeção LSEG média do consenso de mercado é de prejuízo de R$ 154 milhões, Ebitda de R$ 529,59 milhões e receita de R$ 8,79 bilhões.
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