JHSF (JHSF3): ações fecham em queda de 7,37% após balanço do 3º tri com dados fracos do segmento imobiliário

Queda nos resultados foi puxada pelo setor de incorporação imobiliária, que enxugou as suas atividades operacionais no período

Equipe InfoMoney

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As ações da JHSF (JHSF3) registraram uma sessão de forte queda na Bolsa brasileira, no pregão pós divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Os papéis fecharam em queda de 7,37%, a R$ 4,40.

A rede de negócios de luxo em imóveis residenciais, shoppings, hotéis e restaurantes teve uma queda de 50,3% no lucro líquido consolidado na comparação entre o terceiro trimestre de 2023 e o mesmo intervalo de 2022, indo a R$ 79,4 milhões.

A queda nos resultados foi puxada pelo setor de incorporação imobiliária, que enxugou as suas atividades operacionais no período. Já os demais segmentos tiveram melhora na parte operacional e financeira.

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O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 17,4% na mesma base de comparação anual, para R$ 197,9 milhões. Já o Ebitda no critério ajustado (sem eventos não recorrentes e as propriedades para investimento) baixou 47,1%, para R$ 135,7 milhões. A margem Ebitda ajustado teve retração de 10,5 pontos porcentuais, para 38,8%.

A receita líquida caiu 32,8%, para R$ 350,1 milhões. E as despesas operacionais caíram 1,5%, para R$ 96,6 milhões, devido a reduções nas despesas com vendas e nas administrativas.

A XP aponta que os resultados foram fracos no 3T23, apesar do desempenho positivo dos segmentos não residenciais (shoppings, hospitalidade e gastronomia).

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A receita líquida desacelerou, explicada pela redução das vendas contratadas no segmento imobiliário (-30% na base anual), apesar do aumento das receitas de shoppings (+5% ano a ano) e hospitalidade e gastronomia (+3% frente o 3T22).

Já a margem bruta desacelerou (-8,8 pontos percentuais, ou p.p., na comparação anual), motivada por menores margens no segmento imobiliário versus lotes. Com isso, houve um menor Ebitda ajustado (-47% ano a ano), levando a um lucro líquido mais fraco.

Os analistas destacam que, no segmento de incorporação imobiliária, houve impacto de (i) queda nas vendas contratadas (-30% anual), com destaque negativo para o Boa Vista Village (queda de 56%); e (ii) menor percentual de conclusão (POC) nos projetos mais representativos (Reserva Cidade Jardim em 14%).

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No entanto, pondera, a maior presença de produtos imobiliários no mix da JHSF (74% das vendas) continuou a aumentar a receita a apropriar, atingindo R$ 770 milhões (+33% anualmente), o que poderia ajudar o reconhecimento de receita no futuro.

O Bradesco BBI também apontou que os números apresentaram desaceleração, como esperado, devido à desaceleração na incorporação imobiliária (33% da receita bruta), com 62% das vendas do segmento sendo em projetos baseados em PoC.

“Esperamos que o 4T23 seja um divisor de águas com o lançamento da primeira fase do projeto de loteamento na cidade de Bragança Paulista (SP) e a possibilidade da primeira fase do empreendimento Real Parque (cerca de R$ 900 milhões de VGV, ou Valor Geral de Vendas), com a melhoria provavelmente continuando em 2024.

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Por outro lado, outros segmentos apresentaram bons resultados, reforça. “Shoppings e Aeroportos continuaram apresentando números positivos, com vendas de shoppings e SSR (Aluguel Mesma loja) crescendo 7% na base anual, enquanto Aeroporto continuou a amadurecer, com movimentação de +75% ano a ano. O segmento de Hospitalidade e Gastronomia apresentou resultados decentes, mas não revolucionários”, ressalta.

Assim, o banco segue com recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra) para o papel, com preço-alvo de R$ 10.

Já o Itaú BBA mantém recomendação marketperform (desempenho em linha com a média, equivalente à neutra) para o ativo.

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A JHSF reportou resultados neutros no 3T23, avalia o banco, destacando que os resultados no segmento residencial continuaram a desacelerar (conforme esperado) devido à desaceleração no ritmo de vendas e ao mix de vendas com maior proporção de unidades de desenvolvimento.

O BBA lembra que a empresa já havia divulgado seus números operacionais do trimestre. Além desses, a JHSF anunciou a adição da Louis Vuitton (com inauguração prevista para dezembro) ao mix de lojistas das Lojas Jardins e a adição da Bulgari (dezembro) e da Valentino (janeiro) ao mix de lojistas da Cidade Jardim. A receita líquida continuou desacelerando, atingindo R$ 350 milhões, refletindo o diferente mix de vendas e uma desaceleração nas vendas na divisão residencial. Isso elevou a margem bruta consolidada para 51,7% (ante 56,4% no 2T23 e 60,4% no 3T22).

“As despesas de vendas, gerais e administrativas permaneceram praticamente estáveis em uma base trimestral, enquanto a linha de outras despesas aumentou tanto no trimestre quanto no ano anterior em despesas relacionadas a bônus. Por fim, a reavaliação da carteira adicionou R$ 99 milhões ao resultado, o que, combinado com um resultado financeiro mais fraco e impostos mais pesados, rendeu um resultado final de R$ 79 milhões (versus R$ 109 milhões no 2T23 e R$ 160 milhões no 3T22)”, aponta.

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