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O Itaú Unibanco (ITUB4) anunciou nesta quinta-feira (14) uma plataforma de tokenização, ou seja, que transforma ativos tradicionais em representações digitais, conhecidas como tokens.
A nova unidade da empresa se chamará Itaú Digital Assets, que além da tokenização também irá oferecer a custódia de criptoativos, além do serviço de “token as a service” (TaaS).
O Itaú já realizou um teste interno emitindo um token lastreado em recebíveis antecipados, chamados de risco sacado. A emissão foi feita no último dia 4, com prazo de 35 dias e num valor total de R$ 360 mil, sendo a venda restrita apenas para alguns funcionários do banco e clientes selecionados do Private Bank.
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Apesar disso, a estratégia da companhia é que até o final de 2022 os clientes de varejo também tenham acesso para investir nos tokens dentro da própria plataforma do Itaú.
Em coletiva de imprensa, Vanessa Fernandes, Global Head da Itaú Digital Assets, comentou ainda que a instituição não descarta no futuro oferecer a negociação de criptomoedas como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), mas que a plataforma nesse momento está focada na tokenização de ativos.
Vanessa comandará a operação de Nova York, com o resto da equipe sediada no Brasil. Ela já trabalhou no Deutsche Bank e JPMorgan, além de atuar nas áreas de compliance, controles internos e tecnologia – onde trabalhou com blockchain e serviços com startups e fintechs – dentro do próprio Itaú.
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Segundo a executiva, principalmente por conta da escalabilidade, a rede escolhida pela Itaú Digital Assets foi a Hyperledger Besu. Com isso, não será possível que os investidores retirem seus tokens da plataforma, sendo permitida a compra e venda apenas dentro do sistema do banco.
Segundo fontes ouvidas pelo InfoMoney CoinDesk, o Itaú viu como inevitável a entrada no mundo cripto ao perceber o crescimento constante no volume de transferências de contas bancárias de seus clientes para contas de exchanges de criptoativos. O primeiro passo nesse sentido foi o início da oferta, em abril, do seu primeiro fundo de criptos, o Hashdex Crypto Selection FIC FIM.
Não são criptomoedas, são criptoativos
Durante a coletiva, Vanessa explicou que o banco não está lidando com criptomoedas, como Bitcoin ou Ethereum, mas sim com criptoativos, e que educar clientes e investidores sobre essas diferenças é um dos grandes desafios da empresa.
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Um dos objetivos da companhia é democratizar mais os investimentos, permitindo que investidores com rendas menores possam comprar ativos que atualmente são restritos a clientes institucionais ou de alta renda.
“A plataforma fará tanto a emissão, a distribuição e a custódia de criptoativos (tokens) quanto a integração com os demais produtos e canais do Itaú”, explica Vanessa.
Já Luciano Diaferia, Superintendente de Mesas e Produtos do Itaú, afirma que a tokenização de ativos é uma forma de ampliar o portfólio do banco, oferecendo outras alternativas aos clientes. “Não é excludente [a outras formas de investimento], é uma alternativa”.
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Com isso, ele explica que cada situação será pensada junto ao cliente para definir se vale emitir um token ou não. “No final do dia, é a taxa que vai definir”, afirma Diaferia sobre como escolher o tipo de produto que será oferecido.
Nada igual no mercado
Questionada sobre o motivo de criar a plataforma do zero em vez de realizar uma aquisição, Vanessa explicou que o Itaú não encontrou no Brasil um produto semelhante ao que estão lançando, faltando principalmente algo com a “robustez” necessária.
Com isso, a executiva disse que o banco foi buscar algumas referências no exterior, ficando próxima de diversas grandes instituições, mas que o modelo criado pelo Itaú é algo que ainda não foi visto da forma igual.
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Os executivos na coletiva também ressaltaram que a Itaú Digital Asset não tem nada a ver a Liqi, tokenizadora e exchange de criptoativos que recebeu um investimento de R$ 27,5 milhões do Itaú em janeiro.
E apesar do aumento da concorrência, com o mercado brasileiro ganhando iniciativas focadas em tokenização, a intenção do Itaú é se tornar líder nesse segmento.
“Queremos liderar esse mercado pois acreditamos em sua importância para todo o ecossistema financeiro”, disse Michel Cury, superintendente de mesas e produtos do Itaú, sobre o interesse de lançar a plataforma neste momento.
Tokenização: a palavra do momento
O movimento de tokenização de ativos também tem ganhado força no Brasil como um todo, com o lançamento de diversas soluções em diferentes frentes.
Em outubro do ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou quatro projetos em seu sandbox regulatório, sendo três deles envolvendo a tokenização de ativos, incluindo o da Vórtx QR, que em abril deste ano lançou a primeira plataforma tokenizadora regulada do país.
O próprio Itaú, por meio da sua unidade de banco de investimentos Itaú BBA, coordenou o lançamento no mês passado de uma debênture tokenizada na plataforma da Vórtx QR, no valor de R$ 74 milhões.
Além disso, nas próximas semanas estão previstos os lançamentos dos projetos da BEE4, que criará um mercado regulado para ações tokenizadas, e da SMU, com um mercado secundário para negociar tokens de contratos de ofertas de crowdfunding.
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