IPCA-15, Ata do Copom e PCE nos Estados Unidos: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

Ilustração (Getty Images)
Ilustração (Getty Images)

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Eis que chega a última semana do mês de setembro, que termina com o primeiro turno das eleições presidenciais. Na quinta-feira (29), acaba a propaganda eleitoral e no domingo que vem (2) os brasileiros vão às urnas. Resta saber como os investidores vão reagir, nesta reta final, às últimas pesquisas e debates, que não mexeram tanto com os mercados como se esperava inicialmente. Além disso, a agenda econômica brasileira traz uma série de indicadores importantes, incluindo dados de inflação e emprego.

Já na segunda-feira (26), o Relatório Focus pode ou não confirmar o recente otimismo das instituições financeiras tanto do ponto de vista de arrefecimento de preços quanto de crescimento econômico. Será o primeiro boletim após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de encerrar o ciclo de aperto monetário, com a taxa Selic em 13,75%. A decisão não foi unânime e a ata do último encontro será divulgada na terça-feira (27).

“Na ata, o BC deve manter uma comunicação dura, enfatizando que os juros devem seguir elevados por um período longo”, preveem os analistas do Bradesco. Outro destaque na agenda do Banco Central é o relatório trimestral de inflação, que será apresentado na  quinta-feira (29).

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A trajetória dos preços continua sendo monitorada com atenção pelos agentes do mercado. Na terça-feira, mesmo dia da ata do Copom, sai a prévia do índice de preços ao consumidor amplo (IPCA-15). O Itaú prevê deflação de 0,19%, levando a taxa anual a 8,2%. “A leitura deve mostrar deflação da gasolina e alimentação em casa, por conta dos cortes de preço feitos pela Petrobras em agosto e setembro (impacto de -49 pontos-base) e do leite mais barato”, escreveu o economista Mario Mesquita.

Por outro lado, Mesquita acredita que o núcleo da inflação de serviços, como alimentação fora de casa e aluguéis, devem se manter em níveis elevados, enquanto a inflação de bens pode apresentar estabilidade. O Bradesco prevê deflação um pouco menos intensa, de -0,17%, “refletindo sobretudo os preços dos combustíveis”.

O IGP-M, índice utilizado em alguns contratos de aluguéis imobiliários, será divulgado na quinta-feira. O Itaú projeta deflação de 0,98%. “O IGP-M, na quinta-feira, refletirá a queda disseminada de diversas commodities, sinalizando menor pressão de custos à indústria”, diz o relatório do Bradesco.

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Dados do mercado de trabalho também estão entre os principais indicadores do próximo dia. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) estão previstos para a próxima quarta-feira. Na sexta, sai a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua. Para a equipe de análise do Bradesco, os dados devem mostrar continuidade da melhora do mercado de trabalho, com geração de vagas formais de 290 mil e redução da taxa de desemprego.

Nos Estados Unidos, destaque para o dado preferido do Fed

Depois de uma semana que terminou difícil para as Bolsas, depois que o Federal Reserve elevou juros e apontou para novas altas, o mercado se prepara para mais dados de inflação dos Estados Unidos. Na sexta-feira (30) sai o PCE, indicador de consumo pessoal considerado o índice preferido do Fed para acompanhar o comportamento de preços. O consenso Refinitiv prevê alta de 0,4% em setembro, na comparação com agosto, e de 4,7% na comparação anual.

A semana também vai trazer discursos de diversos dirigentes do Fed e do presidente do BC americano, Jerome Powell. Ele participará, por vídeo, da abertura de uma conferência realizada em St. Louis. Índices de atividade industrial (na segunda), de confiança do consumidor e venda de imóveis (na terça) completam a agenda atribulada dos americanos.

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Na Europa, o principal indicador da semana é o da inflação na zona do euro. O índice de preços ao consumidor será divulgado na sexta-feira. Na Ásia, o índice de gerente de compras (PMI) da indústria chinesa será divulgado na quinta e, nesse mesmo dia, haverá uma série de indicadores da economia japonesa, como produção industrial e varejo.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados