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As ações de varejistas, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), sempre chamam a atenção dos investidores por conta de suas fortes oscilações de preços. Com o início do ciclo de corte de juros, a expectativa era de que os papéis das empresas do setor pudessem, finalmente, destravar o seu valor.
No entanto, mesmo após o corte de 0,5 ponto porcentual da Selic – que veio, inclusive, acima do esperado pelo mercado – as ações das empresas só caem. Em agosto, Via (VIIA3) acumula perdas de 33,8%, até o fechamento do dia 29 de agosto, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) cai 12,54%.
Grande parte da queda dos papéis veio na esteira da divulgação dos resultados do segundo trimestre, que ocorreram nas últimas semanas.
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De abril a junho, a Via teve prejuízo de R$ 492 milhões, acima do previsto pelo consenso do mercado, e anunciou um plano de reestruturação. Enquanto isso, Magazine Luiza teve prejuízo superior e resultado “pouco animador“, na visão de analistas.
Além disso, outra parte das perdas acumuladas pode ser creditada ao próprio movimento de queda do Ibovespa, que acumulou uma sequência de 13 perdas consecutivas em agosto.
No pregão desta terça-feira (29), as ações da Via registraram nova desvalorização, de 1,38%, encerrando cotadas a R$ 1,43. Já os papéis de Magazine Luiza fecharam na véspera estáveis, cotados a R$ 2,93.
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Dito isso, confira quais são as perspectivas, do ponto de vista da análise técnica, para as ações de Magazine Luiza e Via, com base no atual momento, conforme grafistas consultados pelo InfoMoney.
Análise das ações: MGLU3 versus VIIA3
Para a analista técnica da Clear, Pam Semezzato, a tendência macro, tanto de Via quanto de Magazine Luiza, é de baixa.
Conforme ela, as ações tiveram uma mudança de comportamento na tendência, em junho de 2022, “quando pararam de romper fundos e passaram a trabalharam em lateralização larga”.
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“Porém, VIIA3 não conseguiu reverter a tendência e confirmou continuidade na queda, quando rompeu o suporte de R$ 1,90, e MGLU3 ainda segue se segurando acima de suportes fortes, de R$ 2,90 e R$ 2,25“, diz Pam.
Gráfico semanal de VIIA3 e MGLU3
- Confuso sobre o que é suporte e o que é resistência? Confira nosso guia sobre análise técnica
Pam destaca, olhando para o curto prazo, que as duas ações seguem com topos e fundos descendentes e, por enquanto, sem sinais de reversão da tendência de baixa.
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“Principalmente VIIA3 que já trabalha abaixo do suporte da lateralização, mostra força vendedora e essa leitura só muda se entrar reação compradora e volte a trabalhar acima de R$ 1,90“, aponta.
“MGLU3 ainda pode deixar sinal de compra na região em que está trabalhando, já que é suporte da lateralização maior, e reverter a tendência de curtíssimo prazo. A confirmação de um movimento de alta acontece se romper o topo anterior, de R$ 3,10“, completa ela.
Gráfico diário de VIIA3 e MGLU3
Em resumo, Pam avalia que, no momento, nenhuma das ações “oferece um ponto de entrada com risco x retorno adequado para compras e nem para vendas.”
“VIIA3 está no meio do movimento de baixa, sendo melhor esperar uma correção para novas vendas, enquanto MGLU3 tem que romper o suporte para novas vendas ou mostrar reação compradora para novas compras”, analisa ela.
- Confira os principais padrões de reversão de tendência na análise técnica
Análise técnica VIIA3
Para Matheus Lima, analista técnico da Top Gain, analisando as ações de Via (VIIA3) no curto prazo se observa que estão em tendência de baixa, “ligando os topos de outubro do ano passado, em R$ 4,04, e de junho deste ano em R$ 2,69.”
Ele pontua, porém, que as ações vinham respeitando uma região de suporte de alta relevância, entre R$ 1,76 e R$ 1,62, que foi perdida no final deste mês de agosto, quando passaram a ser negociadas abaixo desses preços.
“Traçando uma projeção de Fibonacci do topo dos R$ 2,69, ao fundo dos R$ 1,88, e ao topo menor em R$ 2,19, podemos identificar que as ações chegaram próximas dos 100% (R$ 1,38) da movimentação de queda, tendo sua mínima, em R$ 1,40, podendo agora corrigir e voltar ao patamar dos R$ 1,62.”
“Porém, se perderem os R$ 1,38 poderão continuar em forte movimentação de baixa, tendo em vista os fundos cada vez mais baixos, como mostram as projeções de Fibonacci em R$ 1,07 (138,2%), R$ 0,98 (150%), R$ 0,88 (161,8%) e, mais abaixo, em R$ 0,57 – região dos 200% da movimentação de baixa.
Gráfico diário VIIA3
Em relação ao médio e longo prazos, analisando o gráfico semanal, Lima destaca que se pode observar que as ações estão em “forte tendência de baixa desde julho de 2020, quando fizeram sua máxima histórica, em R$ 22,36.”
“Com a perda da região de suporte citada no curto prazo, dos R$ 1,62, as ações têm caminho livre para buscar sua mínima histórica, de janeiro de 2016, quando foram negociadas a R$ 1,05 – região em que poderemos ter a atuação da ponta compradora.”
“Porém, se perderem essa região, os próximos pontos a serem buscados serão as projeções de Fibonacci em R$ 1,21 (61,8%) e, bem mais embaixo, em R$ 0,30 (100%)”, acrescenta Lima.
Gráfico semanal VIIA3
Análise técnica MGLU3
Assim como as ações da Via, as ações da Magazine Luiza, de acordo com Lima, também vêm em movimentação de baixa há algum tempo.
No curto prazo, acrescenta, as ações de MGLU3 vêm em tendência de baixa, trabalhando abaixo de duas frequências de LTB (linha de tendência de baixa), respeitando uma região de suporte, entre os R$ 3,00 e R$ 2,89.
No entanto, ao visualizar o padrão de candle deixado no gráfico diário – de 15/08/23 –, Lima pontua que o movimento “fez com que tenhamos bons olhos para as ações da MGLU3.”
“Em agosto, tivemos a perda desta região de suporte, e o que nos chama atenção é o padrão de candle de um martelo deixado no gráfico diário no dia 15 de agosto [veja o gráfico abaixo, assinalado em azul], sendo que a mínima de seu pavio (R$ 2,53) foi próxima ao suporte do fundo anterior, de R$ 2,50 – região em que tivemos a atuação da ponta compradora fazendo com que as ações voltassem a subir e fechassem naquele dia em R$ 2,77.”
Gráfico diário MGLU3
Após esse desenho gráfico do martelo, Lima ressalta que as ações voltaram a trabalhar “acima das regiões entre R$ 2,89 e R$ 3,00“.
“É de suma importância que se mantenham acima desta região por mais tempo para que busquem os topos anteriores em R$ 3,48, R$ 3,99 e R$ 4,46. Mas, se perderem essa região novamente, tendem a buscar os fundos anteriores, em R$ 2,50 e R$ 2,35“, assinala Lima.
Em relação ao médio prazo, Lima acrescenta, com base no gráfico semanal [veja abaixo], que se pode identificar uma consolidação no fundo, entre os R$ 5,46 e os R$ 2,36.
“Somente após o rompimento da resistência ou do suporte dessa lateralização poderemos ter um movimento direcional. Caso rompa a resistência, teremos o próximo topo a ser testado em R$ 7,41. E, se perder o suporte, o próximo ponto fica em R$ 2,03″, diz o analista.
Gráfico semanal MGLU3
Por fim, Lima avalia que, entre as duas ações, “o cenário da Magazine Luiza é mais favorável já que pode trabalhar dentro da consolidação”.
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