Iguatemi (IGTI11): apesar de crescimento de receitas e números operacionais fortes, taxa de ocupação foi a menor em 12 meses

CEO da empresa destacou número recorde de contratos comerciais fechados no 2º trimestre e aponta tendência de redução na vacância

Mitchel Diniz

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Os resultados da administradora de shopping centers Iguatemi (IGTI11) no segundo trimestre de 2023 foram bem avaliados pelos analistas, que estavam cautelosos em relação aos números. Ainda assim, não conseguem dar impulso aos ativos da companhia na Bolsa, em mais um dia de baixa para o Ibovespa. Às 12h15 (horário de Brasília), as units da empresa operavam praticamente estáveis, com ligeira alta de 0,04%, a R$ 22,43.

A rede de shoppings registrou lucro líquido de R$ 77,3 milhões entre os últimos meses de abril e junho, revertendo prejuízo de R$ 133,3 milhões de um ano antes. O resultado foi impulsionado pelo crescimento das receitas com locação de espaços a lojistas e estacionamentos.

As vendas totais nos shoppings da Iguatemi foram de R$ 4,6 bilhões no período, registrando um anual de 8% em relação ao mesmo período do ano passado.

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“A cura de todos os males da nossa indústria é a venda”, afirmou Cristina Betts, CEO da Iguatemi em teleconferência com analistas sobre os resultados do segundo trimestre.  “Quando tem vendas boas, os lojistas ficam nos shoppings, a gente tira os descontos e aumenta o aluguel de novos entrantes”, complementou, destacando que os patamares de cobrança foram ainda melhores do que os registrados antes da pandemia.

O Bank of America destacou a performance de vendas como as melhores do setor até agora e observa que os números de julho continuam encorajadores. Após a divulgação do balanço, o BofA reiterou recomendação de compra para IGTI11 e preço-alvo de R$ 31.

O Bradesco BBI manteve recomendação outperform, equivalente à compra, para as units e preço-alvo de R$ 30. Os analistas Bruno Mendonça, Pedro Lobato e Herman Lee afirmam que resultados positivos já eram esperados mas destacam que os números superaram as estimativas da casa. Eles observam que o crescimento de 10,5% do indicador aluguel mesmas lojas superou o da Multiplan (de 9,4%).

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Para o BBI, a taxa de ocupação foi o ponto negativo, recuando ligeiramente para 92,4%, o nível mais baixo nos últimos 12 meses. “No entanto, o forte crescimento das receitas [de 19% ano a ano], mesmo com uma taxa de ocupação estável, sugere que o Iguatemi vai conseguir com o guidance para o ano de 2023″, diz o relatório da casa. Os analistas avaliam que a empresa possui um pipeline comercial decente, que deve reduzir áreas vagas nos próximos trimestres.

O Credit Suisse diz que manter uma visão construtiva sobre a empresa após a divulgação dos resultados. O banco avalia que a Iguatemi conseguiu obter melhoras consideráveis em vendas e outras métricas operacionais. “Ainda que os números tenham sido claramente fortes, vemos os resultados em linha com as expectativas”, escreveram os analistas Pedro Hajnal e Vanessa Quiroga.

No setor de shoppings, o Credit tem preferência por Aliansce Sonae (ALSO3), levando em conta que a ação está mais descontada. Ainda assim, tem recomendação outperform para IGTI11 com preço-alvo de R$ 23.

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O Itaú BBA destacou o crescimento de 14% nas receitas com aluguéis e o fluxo de caixa proveniente das operações (FFO), que avançou mais de 53%, para R$ 128,9 milhões. A casa também tem recomendação outperform para o ativo e preço-alvo de R$ 24.

A XP aponta ainda que o crescimento de 11,3% das vendas dos shoppings da Iguatemi em junho elevam as expectativas de um desempenho sólido agora no terceiro trimestre. Quanto à taxa de ocupação, a casa também vê uma melhor perspectiva para a segunda metade do ano, já que houve um maior número de contratos assinados no trimestre passado.

A administradora de shopping centers assinou 151 contratos comerciais assinados no segundo trimestre. “A gente vem em uma aceleração da curva comercial, isso obviamente vai ter reflexo na ocupação dos trimestres seguintes”, informou a CEO da companhia.

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A expectativa é que a taxa de ocupação do shopping chegue a 95% até o final do ano. “Mas todos os contratos que assinamos agora, a vigência começa no final do terceiro trimestre ou no quarto tri”, explicou Guido Oliveira, CFO da Iguatemi. Só aí deve haver melhor no aluguel por conta de novas locações, o que ajudará a reduzir os custos relacionados a áreas vagas.

Ygor Altero, XP, avalia que os custos de ocupação se mantiveram estáveis no segundo trimestre, “o que consideramos níveis saudáveis em comparação com os pares do setor”. A casa reiterou a recomendação de compra para IGTI11, com preço-alvo de R$ 28.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados