Ibovespa Futuro cai com exterior, repercussão do Copom e aprovação do arcabouço fiscal no Senado

O Ibovespa Futuro opera com baixa nos primeiros negócios desta quinta-feira (22) em um dia negativo para o mercado internacional e à medida que investidores repercutem a falta de sinalização pelo Banco Central de um corte nos juros em agosto, ao mesmo tempo em que digerem o retorno do projeto do novo arcabouço fiscal à Câmara e as indicações do Federal Reserve de mais aperto monetário.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou na véspera a manutenção da taxa básica Selic em 13,75% ao ano, como esperado. Mas manteve um tom duro ao avaliar o processo de desinflação no Brasil, sem dar indicações claras da intenção de cortar juros em agosto, como esperava o mercado financeiro.

Em entrevista coletiva na Itália, onde está em visita oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira acreditar que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, “joga contra a economia brasileira”.

Na seara política, o Senado aprovou na noite da última quarta-feira o texto do novo marco fiscal. A versão aprovada sofreu mudanças em relação ao que veio da Câmara dos Deputados e, por isso, voltará para apreciação dos deputados, para uma votação decisiva.

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Às 9h11 (horário de Brasília), o índice futuro com vencimento em agosto operava com queda de 0,56%, a 122.035 pontos.

Em Wall Street, os índices futuros dos EUA operam com baixa, depois que os principais índices a vista fecharam no vermelho pelo terceiro dia consecutivo, impulsionado pelo depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, na véspera, que previu que mais aumentos de juros poderão ocorrer para combater a inflação, jogando um balde de água fria em investidores que esperavam que o BC estivesse perto do fim de seu ciclo de aperto.

Nesta manhã, Dow Jones Futuro caía 0,29%, S&P Futuro recuava 0,26% e Nasdaq Futuro operava com queda de 0,33%.

Dólar

O dólar comercial operava com baixa de 0,11%, cotado a R$ 4,762 na compra e na venda. Já o dólar futuro para julho operava com ligeira alta de 0,05%, equivalente a R$ 4,771.

No mercado de juros, os contratos futuros operam mistos, repercutindo a manutenção dos juros em 13,75 ao ano pelo Copom. O DIF24 (janeiro para 2024) opera com baixa de +0,05, a 13,08%; DIF25, +0,04 pp, a 11,16%; DIF26, +0,01 pp, a 10,54%; DIF27, -0,02 pp, a 10,48%; DIF28, -0,02 pp, a 10,61%; DIF29 -0,04 pp, a 10,76%.

Exterior

Os mercados europeus também operam com baixa, repercutindo a previsão de mais aumentos de juros feita pelo presidente do Federal Reserve dos EUA, Jerome Powell.

O Banco da Inglaterra (BoE) anunciou uma alta de 0,50 ponto percentual na reunião de política monetária desta quinta seu 13º aumento consecutivo, acima do esperado, em meio a preocupações com a inflação, depois que os dados da véspera superaram as previsões do mercado.

O Banco Nacional Suíço anunciou um aumento de 25 pontos base na taxa, sua quinta alta consecutiva, na manhã desta quinta-feira, levando sua taxa de juros para 1,75%.

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos, depois que o presidente do Fed, Jerome Powell, previu mais aumentos de juros este ano, dizendo que “o processo de voltar para 2% ainda tem um longo caminho a percorrer”.

“Quase todos os participantes do FOMC esperam que seja apropriado aumentar as taxas de juros um pouco mais até o final do ano”, disse Powell em comentários perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara.

Os mercados de Hong Kong, China continental e Taiwan estão fechados por conta de um feriado na quinta-feira.

Os preços do petróleo operam com baixa, após o presidente do Federal Reserve insinuar novos aumentos nas taxas de juros ainda neste ano.

Os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram cerca de 1,2 milhão de barris na semana encerrada em 16 de junho, segundo dados do American Petroleum Institute (API), ante previsões dos analistas de um aumento de 300 mil barris.