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Após a divulgação de resultados mais fracos no segundo trimestre de 2023, o Grupo Soma (SOMA3) teve suas estimativas de receita e de margem bruta revisadas para baixo pelo Itaú BBA. Entretanto, a recomendação segue como outperform (similar à compra) e o preço-alvo para 2024 mantido em R$ 12,00 por ação.
No pregão desta quinta-feira (14), as ações de Soma recuam 2,87%, cotadas a R$ 7,80, acompanhando o desempenho negativo de todo setor de varejo, mesmo que o Ibovespa esteja subindo mais de 1%. Em 2023, as ações da empresa acumulam queda de 22%.
Conforme o BBA, o risco-retorno das ações parece bem atraente e a casa entende que há “uma narrativa de crescimento marginal sólida no médio prazo”. A visão se baseia nas operações internacionais, no potencial de crescimento de suas marcas menores (que deverão ser foco em 2024) e nas melhoras operacionais de Hering.
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“Reconhecemos que o cenário de crescimento de vendas mais lento e a atividade de remarcação nas marcas de Soma (ex-Hering) não favorecem seu impulso de lucros no 3T23, mas as tendências devem melhorar no 4T23“, diz o BBA.
No segundo trimestre de 2023, as ações caíram 26% após a divulgação dos resultados. O banco atribui a queda a pressão de margem bruta de Soma, acima do esperado e preocupações que isso também ocorra no próximo trimestre.
Preocupações existem ainda em relação a benefícios de ICMS e potencial desaceleração de vendas no curto prazo, em especial para Hering.
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SOMA3: Melhoras apenas no 4T23
Para o próximo trimestre, o BBA não espera que os resultados sejam destaque, mas espera uma sólida melhora para o quarto trimestre de 2023.
“Para Soma (ex-Hering), esperamos um desempenho de vendas satisfatório no 3T23, mas a tendência de pressão sobre a lucratividade observada no 2T23 deve persistir, pois a rotação de estoques está atualmente abaixo das expectativas para algumas marcas (especialmente Animale, NV e Maria Filó)”, explica.
Para a Hering, a expectativa é que o desempenho de vendas siga fraco no próximo trimestre, em razão do difícil cenário macro e da base de comparação, mas que haja expansão da margem bruta pela unidade de negócios.
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Impacto negativo de mudanças fiscais
O Grupo Soma tem sido impactado diretamente pelas notícias de possível rescisão dos benefícios fiscais do ICMS, questão prevista no texto atual da Reforma Tributária, e que representa 44% do seu resultado final de 2022. Para o banco, isso se trata de uma “questão altamente incerta e complexa”.
O BBA considera como excessiva a recente liquidação de ações motivada pelo lado fiscal e considera a rescisão do benefício como algo “improvável”. Ainda assim, o banco entende que o foco de investidores atualmente está no tema.
“A cobertura de notícias sobre uma potencial rescisão do benefício do ICMS tem pesado no desempenho das ações, e novos desenvolvimentos sobre este tema podem afetar a ação”, explica a análise.
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Se a rescisão se confirmasse, o BBA entende que existiriam algumas alternativas para a empresa, como a reestruturação logística de Soma. Entre as alternativas, está também a incorporação da Hering pelo Soma, o que “o que abriria espaço para a amortização do goodwill da Hering e o consumo de suas NOP” e o repasse dos efeitos para os consumidores finais, que seria o mais esperado da empresa.
O banco também fez a ressalva que o modelo-base para o Grupo Soma prevê a isenção de imposto de renda, que ainda está em discussão, mas que também trabalha com o cenário de exclusão da isenção de IR.
Revisão de estimativas
Por fim, o banco revisou as estimativas de receita em -5%, pelo cenário mais desafiador e pelos resultados divulgados, para R$ 5,4 bilhões em 2023, R$ 6 bilhões em 2024 e R$ 6,6 bilhões em 2025.
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As estimativas de margem bruta também foram revisadas para 2023 e diminuíram 30 bps em 2023, para 15,4%; 90 bps em 2024, para 16,4%; e 100 bps em 2025, para 17,8%.
A previsão de resultados foi impactada com revisão para baixo de 21%, para 380 milhões para 2023 e redução de 24% nas estimativas para 2024 e 2025, para R$ 483 milhões e R$ 628 milhões.
“Acreditamos que o Grupo Soma continua sendo um player líder no setor de vestuário brasileiro e tem um forte potencial de crescimento nos próximos anos”, reforça o BBA, que segue enxergando o nome com assimetria de risco atraente e posição técnica positiva entre investidores locais.
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