GPA (PCAR3) fecha em alta de 8,7% com anúncio sobre venda restante de participação no Éxito; BDRs EXCO32 saltam 32,9%

As ações do GPA (PCAR3) fecharam em alta de 8,67%, a R$ 3,76, longe das máximas, mas ainda com fortes ganhos na sessão desta segunda-feira (16). Isso após a companhia anunciar que seu conselho de administração aprovou acordo para a venda da participação restante no Éxito (EXCO32) para o Grupo Calleja, de El Salvador.

A operação envolve a realização de uma oferta pública de aquisição (OPA) das ações da Éxito pelo Calleja da ordem de US$ 1,175 bilhão, sendo que a participação do GPA corresponde a R$ 790 milhões na cotação atual.

Na máxima do dia, os papéis chegaram a R$ 4,06 (+17,34%). Os BDRs EXCO32 da Éxito fecharam com disparada de 32,89%, a R$ 17,05, na B3.

Analistas do BTG Pactual veem a decisão como um “trigger” positivo para as ações do GPA nesta sessão.

“A empresa encerrou segundo trimestre com alavancagem financeira de 7 vezes a dívida líquida/Ebitda pós-IFRS16, que cairá assumindo a entrada de 790 milhões com a venda do Éxito”, afirmaram Luiz Guanais e equipe em relatório.

Ainda assim, reiteraram a recomendação “neutra” para os papéis, enxergando as ações do GPA ainda como uma opção mais arriscada do que outras companhias de varejo alimentar.

“Apesar da sua desalavancagem gradual, vemos menos espaço para a empresa expandir a área de vendas e as margens no Brasil.”

Para o Bradesco BBI, a monetização da participação restante de 13,3% no Grupo Éxito em 2023 e em dinheiro é positiva para o GPA, já que a empresa está altamente alavancada em cerca de 5,8 vezes a dívida líquida/Ebitda (ano fiscal de 2023).

“Em nossa opinião, o momento do anúncio nos surpreendeu positivamente, uma vez que GPA e Casino acabaram de concluir a cisão das ações da Éxito em 23 de agosto de 2023. No entanto, o GPA Brasil ainda está passando por uma reviravolta operacional em suas operações brasileiras, com a margem Ebitda excluindo IFRS-16 ainda aquém do potencial de geração de caixa de forma sustentável. Os R$ 790 milhões em dinheiro a serem recebidos deverão melhorar a estrutura de capital do GPA que ainda possui uma alavancagem relativamente alta de 4,4 vezes a relação dívida líquida/Ebitda esperada para 2024”, avaliam os analistas.

O banco aponta que o seu preço-alvo atual de R$ 29,00 esperado para 2024 inclui a participação anterior de 97% no Grupo Éxito, que foi cindido em 23 de agosto, e R$ 11,00 relativos às operações do GPA Brasil.

A Levante Corp reforça a visão de que esse é mais um avanço relevante do plano de redução da alavancagem financeira do GPA, através da venda de ativos não core.

Dentro deste contexto,aponta,  o GPA concluiu neste ano a venda de: i) 11 lojas, por meio de sale and leaseback, totalizando R$ 330 milhões, tendo recebido R$ 140 milhões no segundo trimestre e R$ 190 milhões no terceiro trimestre; (ii) um terreno situado na Barra da Tijuca (RJ), no valor de R$ 247 milhões recebido no recebido no terceiro trimestre; e (iii) outros ativos não core totalizando R$ 52 milhões recebido no terceiro trimestre.

“Dessa forma, esperamos um impacto positivo nas ações do GPA no curto e médio prazo, com a companhia ainda em negociação para a venda de outros ativos não core, que contribuirão para sua desalavancagem financeira”, avalia.

Em 2023, os papéis do GPA ainda acumulam um declínio em torno de 15%.

(Com Reuters)