Futuros de NY sobem antes de inflação PCE nos EUA; Pnad no Brasil, repercussão do CMN e mais destaques do último pregão do semestre

Investidores globais também repercutem dados de inflação da zona do euro

Felipe Moreira

(Getty Images)

Publicidade

Os índices futuros dos EUA operam com alta nesta sexta-feira (30), último pregão do semestre, antes da divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE), principal índice de inflação observado pelo Federal Reserve (Fed) em suas decisões de política monetária.

O consenso Refinitiv prevê uma variação mensal de 0,4% no núcleo do indicador de maio, na comparação com abril, levando a taxa de 12 meses a 4,7%.

As bolsas da Europa também sobem na última sessão do primeiro semestre, com investidores digerindo inflação da zona do euro abaixo das expectativas dos analistas, mas o núcleo da inflação, que exclui energia e alimentos, subiu para 5,4%.

Continua depois da publicidade

Na Ásia, os mercados fecharam mistos, repercutindo o terceiro mês consecutivo de contração da atividade fabril na China.

Ibovespa hoje: acompanhe o que movimenta Dólar, Juros e Bolsa Ao Vivo

Por aqui, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu na véspera meta de inflação em 3% para 2026 e alterou regime para meta contínua a partir de 2025, o que fortaleceu apostas mais agressivas de queda da Selic.

Continua depois da publicidade

Após a geração de emprego abaixo do esperado em maio, investidores aguardam pela PNAD Contínua que deve apresentar uma queda na taxa de desemprego, de 8,5% para 8,3%.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA avançam no último dia do primeiro semestre, à espera de mais dados inflação, que podem impactar os próximos movimentos de política de monetária do banco central.

O S&P 500 acumula alta de 14,51% no primeiro semestre e está caminhando para seu melhor primeiro semestre desde 2018. O Nasdaq subiu quase 30%, registrando seu melhor primeiro semestre desde 1983. O Dow de 30 ações tem uma alta mais modesta de 2,94%.

Continua depois da publicidade

Os três principais índices também estão a caminho de fechar a semanas no azul, com o S&P 500 e o Dow subindo mais de 1% cada, e o Nasdaq acompanhando um aumento de 0,7%.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam sem direção definida, com investidores da região repercutindo dados vindos da China e do Japão.

Continua depois da publicidade

Os dados de atividade fabril da China retraíram no mês de junho, de acordo com a leitura mais recente do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do Departamento Nacional de Estatísticas. O PMI industrial do NBS ficou em 49, registrando contração pelo terceiro mês consecutivo.

As ações japonesas caíram quando os investidores digeriram o principal índice de preços ao consumidor de Tóquio, que permaneceu em níveis acima da meta do banco central por treze meses consecutivos.

A produção industrial na Coreia do Sul, por sua vez, aumentou 3,2% em maio em relação ao mês anterior.

Continua depois da publicidade

Europa

Os mercados europeus sobem após a inflação na zona do euro vir abaixo do esperado e antes da divulgação da inflação PCE nos Estados Unidos.

Os números de inflação da zona do euro serão acompanhados de perto pelo Banco Central Europeu, que elevou as taxas de juros ao seu nível mais alto em 22 anos em 15 de junho.

O Banco Central Europeu também revisou suas expectativas de inflação para os próximos dois anos durante sua reunião de taxas de juros. Ele agora antecipa que a inflação atingirá 5,4% este ano, 3% em 2024 e 2,2% em 2025.

Commodities

Os preços do petróleo operam em alta, com uma queda acentuada nos estoques de petróleo e os planos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) de cortar a produção superando os temores de demanda decorrentes do aumento das taxas de juros.

As cotações do minério de ferro na China fecharam com baixa após nova contração da atividade fabril no gigante asiático.

Bitcoin

2. Agenda

A semana termina com a divulgação do PCE, índice de preços de gastos com consumo nos Estados Unidos. O consenso Refinitiv prevê uma variação mensal de 0,4% no núcleo do indicador de maio, na comparação com abril, levando a taxa de 12 meses a 4,7%. O PCE é o principal índice de inflação observado pelo Federal Reserve em suas decisões de política monetária.

Na Europa, será divulgado o índice harmonizado de preços ao consumidor da zona do euro (HICP) vai ser divulgado. O consenso Refinitiv prevê inflação de 5,6% no acumulado de 12 meses.

Já no Brasil, sai a PNAD Contínua que deve apresentar uma queda na taxa de desemprego, de 8,5% para 8,3%.

Brasil

8h30: Resultado primário de maio; consenso Refinitiv prevendo déficit R$ 47,7 bilhões

9h: Taxa de desemprego de maio; consenso Refinitiv projetando taxa de desemprego em 8,3%

10h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, participa da 324ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração de Itaipu

EUA

9h30: Índice PCE de maio

11h: Confiança do consumidor de junho

3.Noticiário econômico

Meta de inflação passa a ser contínua a partir de 2025, decide CMN

A partir de 2025, o regime de metas de inflação mudará, com um horizonte mais alongado, anunciaram na quinta-feira (29), em Brasília, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet. O regime de meta contínua foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na reunião de ontem.

O órgão manteve as metas de 2024 e para 2025 em 3%, com a mesma margem de tolerância. O CMN também anunciou a meta de inflação para 2026, que será de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A diferença é que, a partir de 2025, a apuração do cumprimento da meta passará a obedecer a um prazo maior que um ano.

Para este ano, a meta foi mantida em 3,25%, também com tolerância de 1,5 ponto percentual. O regime de metas de inflação existe desde 1999, com o CMN aprovando, a cada ano, metas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para os exercícios seguintes. 

Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, destacou que o modelo de meta contínua é adotado pela maior parte dos bancos centrais ao redor do mundo, agrada economistas de mercado e integrantes do BC, inclusive o atual presidente. “Desta forma, avaliamos como positivo o resultado da reunião: manteve a meta, afastando os efeitos práticos das ofensivas do governo contra o BC e promoveu uma mudança positiva para o regime de metas”, comentou.

Diante deste cenário, a Rio Bravo espera que as expectativas de inflação de longo prazo sejam reduzidas nas próximas divulgações do Focus. “Consequentemente, antecipamos nossas projeções de cortes para a Selic de setembro para agosto. Assim, ao final do ano, o juro brasileiro deve estar no patamar de 12%”, previu.

Leilão de transmissão da Aneel

O primeiro leilão de transmissão do ano, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é alvo de grande expectativa por parte do mercado. O certame é realizado nesta sexta-feira (30), às 10h (horário de Brasília), na sede da B3, em São Paulo, com nove lotes em sete estados (Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco) disponíveis para licitação e um investimento total esperado de aproximadamente R$ 16 bilhões.

A cifra é significativamente maior do que os leilões anteriores e analistas consideram esse como um evento importante para o setor, dada a forte competição esperada e o tamanho considerável dos lotes.

Os projetos incluem 6.184 quilômetros de linhas de transmissão, a maioria deles a ser desenvolvida em Minas Gerais. Os lotes 1, 2 e 5 são os maiores projetos, representando aproximadamente 65% do capex projetado total e do limite de receitas, e espera-se que sejam localizados entre a região Norte de Minas Gerais e a região Sul da Bahia.

4. Noticiário político

TSE retoma julgamento de inelegibilidade de Bolsonaro nesta sexta-feira (30)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomará nesta sexta-feira (30) o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. A Corte abrirá a quarta sessão seguida para julgamento da causa ao meio-dia.

O placar do julgamento é de 3 votos a 1 pela condenação do ex-presidente. Faltam os votos de 3 ministros para a conclusão do julgamento.

O tribunal julga a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. A legalidade do encontro foi questionada pelo PDT. Na ocasião, a reunião foi transmitida pela TV Brasil, emissora de comunicação pública da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

5. Radar Corporativo

GPA (PCAR3)

O Conselho de Administração da GPA (PCAR3) decidiu rejeitar a oferta não solicitada do bilionária colombiano Jaime Gilinski para a aquisição da totalidade da participação societária do varejista no Grupo Éxito.

Segundo fato relevante, após consultar seus assessores financeiros e legais, a companhia entendeu que o preço ofertado não atende parâmetros adequados de razoabilidade financeira para uma transação desta natureza e, portanto, não atende o melhor interesse do GPA e de seus acionistas.

MRV (MRVE3)

A MRV (MRVE3) concluiu a venda do empreendimento Pine Ridge localizado na Flórida, EUA, pelo Valor Geral de Venda (VGV) de US$ 77 milhões.

A operação representou um lucro bruto de US$ 17,1 milhões, com margem bruta de 22%.

Já a taxa de capitalização (Cap Rate) foi de 5,6% e rendimento de dividendos com base no investimento inicial (Yield On Cost) de 7,1%.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.