Bitcoin cai e opera na contramão dos mercados globais após inflação nos EUA

O Bitcoin (BTC) não conseguiu aproveitar a alta nos mercados globais provocada pela queda da inflação nos Estados Unidos, o que gerou certa cautela sobre as perspectivas da criptomoeda.

A moeda digital é negociada a US$ 30.584 na manhã desta quinta-feira (13), com queda de 0,40% no dia, enquanto ações, títulos, índices futuros e bolsas na Europa e Ásia ampliaram ganhos com apostas de que o fim do aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) está se aproximando.

Um índice dos 100 maiores tokens também perdeu terreno em contraste com outras classes de ativos. O Ethereum (ETH) opera em queda de 0,10% nesta manhã, a US$ 1.882, e a Cardano (ADA) é negociada a US$ 0,28, após desvalorizar 1,10%.

Em meio à queda do Bitcoin e das altcoins (termo para identificar qualquer cripto diferente do BTC), os investidores estão se perguntando se a recuperação de 86% do BTC do primeiro semestre tem espaço para continuar ao longo deste ano.

“O Bitcoin foi um caso atípico em termos de busca de risco generalizado em praticamente todas as classes de ativos após os dados de inflação dos EUA”, disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG Australia Pty, para a Bloomberg. “Para mim, isso não é um bom sinal”.

A inflação dos EUA desacelerou de 4,0% para 3,0% no acumulado de 12 meses, abaixo do esperado pelo mercado.

As chances de o Bitcoin cair para US$ 25 mil ou US$ 26 mil – aproximadamente a zona de sua média móvel de 200 dias – estão aumentando, também falou Sycamore.

Fernando Pereira, analista da Bitget, tem visão semelhante. “O BTC vem sofrendo forte pressão vendedora na região de US$ 30 mil. Acho difícil resistir. Um recuo de pelo menos US$ 2 mil é o mais provável no momento”, disse.

Venda de Bitcoin

Analistas do mercado cripto sinalizaram que os EUA podem estar se preparando para vender Bitcoin por causa do fraco desempenho da criptomoeda após os dados de inflação.

Essas moedas digitais são provenientes de apreensões no âmbito de processos federais civis, administrativos e criminais, como o caso do mercado negro Silk Road.

“O ambiente desinflacionário após aumentos relativamente rápidos das taxas de juros deve ser bom para ativos de risco, incluindo cripto”, disse John Toro, chefe de negociação da exchange de criptomoedas Independent Reserve, para a Bloomberg.

“Mas as sugestões de que o Bitcoin apreendido pelos EUA está sendo movimentado – o que serviu para destacar o risco de que alguns possam ser vendidos – atingiram o sentimento.”

Para alguns players, no entanto, pode ser apenas uma questão de tempo até que a principal criptomoeda do mercado retome sua recuperação.

“Esperamos uma inflação mais baixa nos EUA e chances reduzidas de aumentos de taxas do Fed para apoiar os mercados de ativos digitais amplamente no médio prazo”, disse a gestora de ativos digitais Grayscale Investments em nota.

A Grayscale argumentou ainda que o apetite dos investidores por criptoativos de alto risco poderia aumentar, levando a uma queda no domínio do Bitcoin no mercado de ativos digitais, que tem capitalização de US$ 1,2 trilhão.

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(Com informações da Bloomberg)