Camil (CAML3) reporta números pressionados pelo ambiente competitivo acirrado no negócio de açúcar

Camil divulgou seus resultados trimestrais na noite de quinta-feira, que foram considerados entre mistos e negativos por analistas

Felipe Moreira

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A Camil (CAML3) divulgou na noite da última quinta-feira (13) seus resultados referente ao primeiro trimestre  do ano fiscal de 2023 (1T23), que foram considerados mistos pela XP Investimentos.

Segundo a instituição financeira, os números vieram um pouco abaixo de suas estimativas, com o ramp-up sólido das novas categorias não compensando a perspectiva difícil em itens de Alto Giro.

Em termos de rentabilidade, a margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita) Brasil e consolidada ficou 50 pontos-base acima das estimativas da XP, já que a empresa reportou despesas gerais e administrativas controladas (+22% na base anual, mas -8% abaixo das projeções da corretora), deixando espaço para otimismo nos próximos trimestres em relação à descompressão das margens, na opinião de analistas da casa.

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“Isso fez com que o Ebitda consolidado ficasse 4% abaixo de nossas projeções”, destacam.

Além disso, as despesas financeiras ficaram em linha com as estimativas da XP, mas o lucro líquido ficou acima, já que a Camil reportou um efeito positivo de R$ 35,5 milhões relacionado às exclusões de subsídios de créditos tributários.

O time de análise da XP ainda saudou o fato de a Camil estar entregando o crescimento de suas aquisições rigorosamente em linha com o que foi prometido, o que deve trazer ganhos no médio e longo prazo. As novas categorias devem elevar a taxa de execução de margem da empresa, o que combinado com o core business resiliente da Camil e o valuation descontado nos leva a manter recomendação de compra na ação.

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No entanto, a XP espera que o momento difícil de curto prazo dure um pouco mais, já que a alta alavancagem (3,5 vezes Dívida líquida/Ebitda) – e, portanto, despesas financeiras ainda elevadas – deve restringir a geração de caixa, pesando negativamente na ação no curto prazo.

O Itaú BBA, por sua vez, classificou os números da Camil como negativos, com sua divisão de Alta Rotatividade enfrentando temporariamente o cenário desafiador para o negócio de Açúcar.

O Ebitda ajustado atingiu R$ 180 milhões, 10% abaixo da estimativa do BBA, com margem ajustada de 6,8% contra projeção de 7,2%. O lucro líquido ajustado totalizou R$ 52 milhões, ligeiramente acima da projeção com ganhos inesperados de imposto de renda.

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A equipe de research do BBA pontua que o ambiente competitivo acirrado no negócio de açúcar levou à decepção de margem no trimestre no nível consolidado. “Os competidores verticalizados da Camil no negócio de Açúcar continuaram pressionando as margens do setor na medida em que os players disputavam ganhos de market share.”

O BBA reconhece o momento desafiador de curto prazo, uma vez que as margens do açúcar permanecem pressionadas, mas mantém sua visão construtiva de longo prazo sobre a ação, pois uma normalização da dinâmica de rentabilidade em qualquer um de seus segmentos implicaria um aumento significativo na avaliação atual da Camil.

O BBA mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 9. A XP também reitera recomendação de compra, graças ao core business (ou negócios principais) resiliente da Camil e o valuation descontado.

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