BofA reforça exposição “acima da média” em ações do Brasil na América Latina e vê série de catalisadores positivos

Banco tem preferência por setores impulsionados por taxas e destaca setor financeiro, transportes e utilities

Camille Bocanegra

Bandeira do Brasil (Foto: Tim Clayton/Corbis via Getty Images)

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O Bank of America (BofA) reforçou a visão de que quedas nas taxas de juros podem favorecer mercados de ações na América Latina. Em relatório recente sobre a região, o banco destacou que o declínio na curva de juros futura nos EUA após os dados de emprego abaixo do esperado tirou um peso do mercado acionário da América Latina, dando mais espaço para que os juros caiam também por aqui. Isso pode impedir a “deterioração fiscal adicional”, em especial no Brasil.

Além disso, a “narrativa local” pode ser favorecida por outros aspectos no Brasil, como a melhora nos índices de inadimplência do consumidor e menor endividamento das famílias. O panorama, de acordo com a análise, é ligada aos impactos positivos do Desenrola, programa de renegociação de crédito do governo.

Em relação à reforma tributária, a visão de “copo meio cheio” é de que as propostas para fim do JCP (Juros sobre Capital Próprio) e nos subsídios/assistências estaduais devem sofrer mudanças antes de serem aprovadas.

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O posicionamento do BofA no mercado brasileiro é overweight (exposição acima da média) e o BofA vê “catalisadores positivos para grandes setores”. Dentre os setores mencionados no relatório, estão o financeiro, com nomes como XP (XPBR31), B3 (B3SA3) e BTG (BPAC11), saúde, representado por Hapvida (HAPV3), e transporte, em papéis da Rumo (RAIL3).

Além disso, o banco destaca segmento de shoppings, pela Allos ([ativo=ALLOS3]) e utilities [energia e saneamento], em Equatorial (EQTL3) e Eletrobras (ELET3).

“Temos uma exposição marketweight [exposição em linha com a média] para Vale VALE3 e uma visão positiva sobre os nomes do setor de petróleo (Petrobras PETR4, PRIO PRIO3). A previsão é de que os preços do petróleo permaneçam altos, e há a possibilidade de um aumento nos preços da commodity”, considera.

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Além disso, o banco acredita que o minério de ferro poderá ser mantido nos patamares atuais pelo reabastecimento das usinas siderúrgicas na China.

Entre outros mercados da América Latina, o banco segue com recomendação marketweight (exposição em linha com a média) para o México. O banco vê uma maior probabilidade de um “pouso suave” para os EUA, o que é positivo para as ações do país, intimamente ligado à economia americana. Além disso, o boom de investimento do México parece ser impulsionado pelo nearshoring ( estratégia das empresas de levar a produção para mais próximo dos mercados onde os produtos serão vendidos) no Norte e por projetos de infraestrutura pública no Sul do país.

O banco ainda é underweight (exposição abaixo da média) em ações do Chile e não tem exposição em Colômbia, Peru e Argentina.

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