Banco do Brasil (BBAS3): BofA segue otimista com ação e eleva preço-alvo após rali de mais de 40% no ano

BofA ainda lista em relatório os argumentos recentes de quem está otimista e de quem está pessimista com papel, em meio à onda de revisões no setor

Lara Rizério

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Os analistas do Bank of America reiteraram recomendação de compra para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) mesmo após o rali de mais de 40% dos ativos no ano, superando os pares privados (+10%) e o Ibovespa (+8%). Entre as razões para isso, estão os sólidos lucros, níveis de valuation deprimidos e processo de transição mais suave do que o esperado do novo governo.

Além de reiterar a recomendação, o BofA elevou o preço-alvo dos ativos de R$ 54 para R$ 62, o que configura um potencial de valorização de 27% em relação ao fechamento da sessão da última quarta-feira (14). O banco americano vê também um dividend yield (dividendo em relação ao valor da ação) atrativo de 10% para a estatal brasileira.

No relatório, os analistas ainda apresentaram os principais argumentos dos que estão otimistas (bullish) e dos que estão pessimistas (bearish) com o papel, em meio à onda de revisão para os bancos por diversas casas com a perspectiva de baixa da Selic na segunda metade do ano.

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Entre os principais argumentos para manter uma visão positiva sobre a ação, estão: 1) o Banco do Brasil apresenta uma forma atrativa para os investidores participarem do setor agropecuário em franco crescimento no país, pois é o maior credor do segmento e tem espaço para reconquistar fatia de mercado. 2) a rentabilidade pode ser sustentada acima dos níveis históricos, pois o banco fez melhorias estruturais em sua estrutura de custos e há espaço para aumentar a alavancagem do balanço. 3) o valuation permanece descontado, enquanto a cotação da ação (P) pelo Valor Patrimonial da Ação (BV ou VPA) (P/BV, na sigla em inglês) atual reflete um Retorno sobre o Patrimônio (ROE, na sigla em inglês)  sustentável de 14,5%.

Já entre os principais argumentos para se tornar mais defensivo em relação ao nome, estão: 1) o Banco do Brasil teve recentemente pela primeira vez o maior lucro líquido e rentabilidade do setor, o que não é sustentável. 2) lucros (especialmente receitas de juros) são mais vulneráveis a um ambiente de taxas mais baixas, e o ciclo de flexibilização deve começar no 3T23. 3) a cobertura de provisões para perdas com empréstimos voltou aos níveis históricos, enquanto os encargos para provisão estão próximos do mínimo histórico.

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Para o BofA, o case mais otimista sugere lucro líquido de R$ 36,4 bilhões e R$ 40,9 bilhões para 2023 e 2024, respectivamente, com ROEs respectivos de 20,8% e 20,6%. “Assumindo ganhos de tesouraria 5% acima do nosso caso base e provisões 5% abaixo, o valor justo por ação do BBAS aumentaria para R$ 65”, avalia o banco, ou um upside de 33%.

Já o cenário de baixa sugere lucro líquido de R$ 32,4 bilhões e R$ 34,4 bilhões para 2023 e 2024 respectivamente, rendendo ROE de 18,6% e 17,7%, respectivamente. “Assumindo ganhos de tesouraria 5% menores que nosso caso base e provisões 5% maiores, o valor justo por ação do BBAS iria para R$ 58”, ainda um potencial de alta de 19% frente o fechamento da véspera.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.