As ações que mais pagaram dividendos no ano e as promessas para 2020

Levantamento da Economatica feito a pedido do InfoMoney aponta quais papéis podem remunerar mais os acionistas no próximo ano

Anderson Figo

SÃO PAULO — Os acionistas da Enauta (ENAT3), antiga Queiroz Galvão, foram os que mais se beneficiaram com a distribuição de proventos neste ano, segundo um levantamento da Economatica feito a pedido do InfoMoney.

A empresa pagou um dividend yield (indicador calculado pelo dividendo pago por ação dividido pela cotação do papel) anual médio de 20,39% no período (até 17 de dezembro).

Atuante no setor de exploração e produção de petróleo e gás, a Enauta viu suas ações subirem 75% em 2019 e ainda assim conseguiu manter um bom índice de distribuição de lucros aos acionistas.

A boa fase da empresa tem sido destacada pelos analistas que a acompanham. O banco suíço UBS e o Itaú BBA, por exemplo, recomendam a compra dos papéis da companhia.

“Após os resultados do terceiro trimestre e as novas diretrizes para o Early Production System (EPS) no campo de Atlanta, nós estamos revisando nossas estimativas para a Enauta e introduzindo um valor justo de R$ 16,20 para o fim de 2020 [atualmente está em torno de R$ 15]”, disse André Hachem, do Itaú BBA.

“A maior parte de nossa revisão positiva deriva da nova orientação para o EPS de Atlanta, que foi revisada para 28 mil bpd (barris de petróleo por dia) — de 25 mil bpd no início do 4º trimestre de 2019 — e do menor desconto para a referência Brent”, completou.

Também apareceram na lista da Economatica as ações da Ser Educacional (SEER3), na segunda posição, e da Wiz (WIZS3), no terceiro lugar, com dividend yields de 15,96% e 15,85% no ano, respectivamente.

Veja abaixo a lista com os maiores dividend yields pagos pelas empresas brasileiras em 2019, até 17 de dezembro. Para o levantamento foram considerados os papéis com volume médio diário acima de R$ 5 milhões no período.

Vale lembrar que muitas companhias pagam proventos para seus acionistas apenas nos últimos dias de cada ano, ou seja, a composição da lista pode mudar até o dia 31 deste mês.

As promessas para 2020

Com base na remuneração dos acionistas neste ano, a Economatica também levantou quais são os papéis com os maiores dividend yields estimados para 2020. A lista é encabeçada pelo papel ordinário do Itaú Unibanco (ITUB3), com payout projetado de 8,95%.

Os bancos dominam a lista com seis representantes: além das ações ordinárias do Itaú, também estão no levantamento os papéis preferenciais do banco (ITUB4), assim como os preferenciais e ordinários do Bradesco (BBDC4 e BBDC3), os preferenciais do Banrisul (BRSR6) e do ABC Brasil (ABCB4), as units do Santander Brasil (SANB11) e as ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3).

A Economatica considerou apenas papéis com volume financeiro médio diário em 2019, até 17 de dezembro, acima de R$ 5 milhões por dia.

Também só entraram na lista as empresas que registraram lucros em 2018 e nos nove primeiros meses de 2019, sendo que o lucro dos nove primeiros meses de 2019 deve ter sido de pelo menos 75% dos ganhos em 2018. A lista considera que o lucro das empresas em 2019 vai ser igual ou maior que o ganho de 2018.

Considerou-se ainda que a política de distribuição de dividendos e JCP (juros sobre o capital próprio) das empresas em 2019 será mantida ou melhorada no próximo ano. Isso foi usado como base para a estimativa de dividend yield em 2020.

Invista na Bolsa e ganhe com dividendos: abra uma conta na Clear com taxa ZERO para corretagem de ações!

Veja abaixo a lista das 20 ações com os maiores dividend yields estimados para 2020.

“Algumas ações que pagaram bons dividendos em 2019 podem ter ficado de fora da lista com os maiores dividend yields estimados para 2020 porque os preços dos papéis podem ter subido muito neste ano. Não prestar atenção nisso é um erro comum dos investidores, por isso é preciso considerar outros indicadores também na hora de decidir suas opções de investimento”, disse Einar Rivero, responsável pelo levantamento da Economatica.

Confira todas as matérias da série Onde Investir 2020:
• Ações
• Ibovespa
Tesouro Direto
• Small Caps
• Fundos Imobiliários

Os melhores fundos de dividendos em 2019

Muitos investidores que querem comprar papéis de boas pagadoras de dividendos têm dificuldades para conseguir monitorar sozinhos todos os fatores que devem ser levados em conta para a escolha das ações. Por isso, a melhor escolha para as pessoas físicas costuma ser a aplicação em um fundo de dividendos.

Esse tipo de fundo geralmente tem uma equipe e um gestor que são responsáveis por fazer a filtragem e a seleção dos papéis mais interessantes, sem que o cotista tenha que se preocupar com isso.

A Economatica levantou quais foram os fundos de dividendos que melhor performaram em 2019, até 13 de dezembro. A lista é encabeçada pelo fundo BB Ações Dividendos Midcaps Private, da BB DTVM.

O levantamento considera apenas fundos não exclusivos e com pelo menos 500 cotistas. Outro critério é que os fundos deveriam ter negociação desde 30 de dezembro de 2018.

Além dos fundos do Banco do Brasil, a lista também inclui dois fundos de dividendos da XP Asset Management. Todos com altas de mais de 40% neste ano.

“A principal contribuição para o bom desempenho dos nossos fundos no ano foi a ação da Qualicorp (QUAL3), que subiu mais de 200% desde janeiro”, disse Marcos Peixoto, CEO da XP Asset Management. Segundo ele, a Qualicorp segue sendo a principal posição da carteira, com participação de cerca de 15%.

Veja abaixo a lista dos fundos de dividendos com os melhores desempenhos em 2019, até 13 de dezembro, segundo a Economatica.

Invista na Bolsa e ganhe com dividendos: abra uma conta na Clear com taxa ZERO para corretagem de ações!

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.