SÃO PAULO – O Ibovespa registrou mais um mês de alta em outubro. Desta vez, os ganhos foram de 2,36%, após registrar alta de 3,57% em setembro.
O destaque de alta no benchmark da bolsa ficou para as ações do Magazine Luiza (MGLU3, R$ 44,64, +20,52%), que subiram cerca de 20% no período, engatando ganhos ainda mais fortes na reta final do mês na esteira de mais um bom resultado. O balanço, divulgado na noite da última terça-feira, surpreendeu os investidores ao apontar um crescimento exponencial do segmento de e-commerce.
Já nesta quinta-feira, o Conselho de Administração da varejista aprovou a realização de uma oferta pública de distribuição primária e secundária de ações ordinárias, que pode atingir R$ 5,2 bilhões. Mesmo com uma possível pressão para os papéis no curto prazo, a notícia foi vista como positiva, uma vez que o capital a ser potencialmente levantado por meio da oferta primária deve fortalecer o contínuo ganho de participação de mercado e o crescimento acelerado por mais tempo que o esperado.
Em seguida, estão os papéis da RD (RADL3, R$ 110, +14,81%) em meio ao cenário de maior racionalidade da competição e com a rede de farmácias conseguindo aumentar a sua participação de mercado. A companhia também divulgou números positivos do terceiro trimestre nesta semana. Para o Brasil Plural, os resultados mostram que a companhia já atingiu um ponto de virada, com a estratégia assertiva dos últimos trimestre dando frutos e proporcionando ganhos de alavancagem operacional em um ritmo mais rápido.
A Qualicorp (QUAL3, R$ 31,90, +14,35%) também teve fortes ganhos. No mês, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra, pela Rede D’Or, de uma participação na companhia, transação esta anunciada em agosto e que impulsionou os papéis da maior administradora de planos de saúde por adesão do país.
Gol (GOLL4, R$ 36,60, +13,31%), que também divulgou seu balanço do terceiro trimestre nesta semana, teve fortes ganhos em meio a notícias de uma possível parceria com a American Airlines e com os investidores de olho também no resultado. Apesar da forte queda pós divulgação do resultado, os números da aérea animaram os analistas: “foi um trimestre saudável, que reforçou a tendência positiva das receitas, fruto de um ambiente racional”, apontou a XP.
Quem ainda não divulgou resultado, mas a expectativa é por bons números, é a Cyrela (CYRE3, R$ 26,93, +11,98%), que também ficou entre as maiores altas do índice no mês. Em meados de outubro, a construtora divulgou prévia operacional do período, com vendas líquidas contratadas no terceiro trimestre de R$ 1,554 bilhão, valor 64,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, R$ 943 milhões). No ano, as vendas atingiram um volume de R$ 4,515 bilhões, 72,6% superior ao mesmo período do ano anterior. Os lançamentos foram vistos como a principal surpresa positiva.
As maiores altas do Ibovespa em outubro:
Empresa | Ticker | Cotação | Variação no mês |
Magazine Luiza | MGLU3 | R$ 44,64 | +20,52% |
RD (ex-Raia Drogasil) | RADL3 | R$ 110,00 | +14,81% |
Qualicorp | QUAL3 | R$ 31,90 | +14,35% |
Gol | GOLL4 | R$ 36,60 | +13,31% |
Cyrela | CYRE3 | R$ 26,93 | +11,98% |
Maiores baixas
Após meses em forte alta, a JBS (JBSS3, R$ 28,29, -13,72%) se tornou em outubro a lanterninha do Ibovespa, apesar das perspectivas seguirem positivas para o setor de proteínas. No ano, vale destacar, os papéis saltam mais de 140%. A companhia, contudo, teve que enfrentar algumas notícias negativas, como o fato de ter sido alvo no começo do mês dos senadores dos EUA Marco Rubio (Republicano) e Robert Menendez (Democrata). Eles enviaram uma carta ao secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, pedindo a abertura de investigação sobre aquisições feitas pela companhia no país, entre 2007 e 2015, por conta do suposto envolvimento da empresa em casos de corrupção, acrescentando incertezas em um 2019 praticamente de “céu de brigadeiro” para a empresa.
Os ativos da Cogna (COGN3, R$ 9,67, -13,51%), ex-Kroton, também tiveram queda, no mês em que foi criada a nova marca da empresa. Os investidores ainda veem um momentum fraco de resultados da companhia de educação, apesar da receita com as matrículas de alunos para o segundo semestre ter crescido 19% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A empresa divulgará seus números do terceiro trimestre no próximo dia 13, após o fechamento do mercado.
Braskem (BRKM5, R$ 27,70, -12,41%) também registrou um mês de queda expressiva, ainda as voltas com o imbróglio de sua controladora em recuperação judicial, a Odebrecht, enquanto a CSN (CSNA3, R$ 11,80, -10,81%) vem em seguida. Na semana passada, a siderúrgica divulgou seus números para o terceiro trimestre, com prejuízo líquido de R$ 871 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 752 milhões de igual período do ano passado.
O Itaú BBA avaliou o resultado da CSN como negativo, principalmente na linha do Ebitda, o que foi impulsionado pelo desempenho sequencialmente mais fraco da divisão de mineração (devido aos custos de frete mais altos e prêmios de menor qualidade) e pelo negócio de aço (devido a preços ligeiramente mais baixos e custos mais altos).
Quem também não agradou na temporada de resultados foi a Ambev (ABEV3, R$ 17,38, -9,71%), quinta maior queda do Ibovespa em outubro. Apenas na sexta pós-resultado os ativos ABEV3 caíram 8% após a companhia anunciar lucro líquido de R$ 2,498 bilhões no terceiro trimestre deste ano, 11,6% inferior aos R$ 2,824 bilhões registrados em igual período de 2018. No Brasil, o volume de vendas de cervejas recuou 2,8%, após ajuste de preços e um cenário competitivo potencializado por descontos realizados pela concorrência. Esses fatores ajudaram no tombo das ações da InBev na Europa.
As maiores baixas do Ibovespa em outubro:
Empresa | Ticker | Cotação | Variação no mês |
JBS | JBSS3 | R$ 28,29 | -13,72% |
Cogna | COGN3 | R$ 9,67 | -13,51% |
Braskem | BRKM5 | R$ 27,70 | -12,41% |
CSN | CSNA3 | R$ 11,80 | -10,81% |
Ambev | ABEV3 | R$ 17,38 | -9,71% |
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