Americanas (AMER3) cogita grupamento de ações em meio a várias operações do tipo de varejistas

Grupamento de ações tem sido a medida adotada por varejistas para manter as ações dentro do enquadramento de valor igual ou superior a R$ 1 por ativo

Camille Bocanegra

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A Americanas (AMER3) afirmou à B3 em comunicado ao mercado na noite da última quarta-feira (25) que há uma série de medidas no radar que pode elevar a cotação das ações para patamar igual ou superior a R$ 1. Porém, caso elas não sejam suficientes para elevar o preço dos ativos, a companhia pode propor um grupamento.

A declaração veio após questionamento a ofício da B3 uma vez que as ações da varejista, em recuperação judicial desde janeiro, negociam abaixo de R$ 1 há mais de dois meses. Ontem, as ações fecharam cotadas a R$ 0,76.

A B3 possui uma regra que impede uma ação de ser negociada abaixo de R$ 1 por mais de trinta dias, com o objetivo de evitar a existência das chamadas “penny stocks”, que acabam tendo muita volatilidade por conta de seu baixo valor. Para quem não cumprir isso, o risco é ser suspenso da Bolsa.

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A empresa afirmou que procedimentos de auditoria de demonstrações financeiras do exercício social de 2022 e de 2021 e a negociação com credores na versão definitiva do seu plano estão sendo concluídos, de modo que está se preparando para poder divulgá-las em breve.

A companhia informou que, dependendo da conclusão dos eventos, há possibilidade de que as ações voltem a ser negociadas em um patamar acima de R$ 1.

“Contudo, caso a cotação das ações não volte a se enquadrar em tal patamar, a companhia estuda propor ao Conselho de Administração que, oportunamente, encaminhe aos acionistas da Companhia proposta de grupamento de suas ações, a ser deliberada em Assembleia Geral”, informou a Americanas. 

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A varejista recebeu um ofício da B3 informando que, como previsto no artigo 46 do Regulamento de Emissores, a cotação das ações da companhia deverá manter o valor igual ou superior a R$ 1,00 para que possam permanecer em negociação na B3. Entre as medidas exigidas pelo ofício, estão a divulgação da carta recebida e os procedimentos e cronograma que serão adotados para remediar a situação.

Grupamentos recorrentes no setor

A medida de grupamento de ações tem sido a escolha de outras varejistas nos últimos tempos, em meio à forte queda de muitos papéis do setor.

O Grupo Casas Bahia (BHIA3) faz proposta ao conselho ontem (25) para grupamento na proporção de 25 para 1, enquanto a Marisa (AMAR3) aprovou a medida na proporção de 5 para 1 em setembro.

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As ações AMAR3, por sinal, passaram a ser negociadas agrupadas no último dia 25. Na véspera, primeira sessão pós-grupamento, os ativos desabaram 12,83%, sendo um indicativo que entrar numa ação que passou por grupamento pode ser um mau negócio para o investidor.

“Normalmente, empresas que negociam abaixo de R$ 1 estão enfrentando dificuldades financeiras”, destacou ao InfoMoney Gabriel Duarte, analista da Ticker Research, em análise sobre o aumento das operações deste tipo na B3 neste ano. 

“Muitos investidores pensam que isso é uma oportunidade de compra, já que aquela empresa valia mais no passado, ela deve voltar a valer o mesmo no futuro. O problema é que nem sempre isso é verdade. Existem razões que levaram estas empresas a desvalorizar tanto. Em alguns casos, mais de 90% de queda. O investidor precisa estar ciente de tais problemas”, completou.

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Investidores também questionam se, em breve, o Magazine Luiza (MGLU3) terá que fazer uma operação do tipo; na véspera, os ativos fecharam a R$ 1,44; no ano, a baixa é de 47%.