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O Hemisfério Sul passa pelo inverno, que se encerra apenas no fim de setembro. Porém, em muitos lugares do Brasil, nem parece que o país passa pela estação mais fria do ano.
Nesta semana, por exemplo, o Rio de Janeiro atingiu temperaturas típicas de verão, batendo os 39 graus Celsius.
O Brasil em 2023 viveu o julho mais quente desde 1961 e muitas cidades têm batido recordes de temperaturas em agosto, embora já sejam esperadas algumas oscilações (neste fim de semana, por exemplo, com uma previsão de forte queda nas temperaturas).
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Conforme aponta o Bradesco BBI, especialistas em clima dizem que isto se deve em parte ao evento climático El Niño, que ocorre quando o Oceano Pacífico está mais quente do que o normal e provoca mudanças nas temperaturas e nas chuvas em todo o mundo.
O banco aponta, porém, que o setor cervejeiro pode se beneficiar com esse calor fora de época. Historicamente, as altas temperaturas ajudam nas vendas de bebidas frias, como a cerveja.
Assim, dado que o El Niño provavelmente permanecerá ativo até o primeiro trimestre de 2024 (1T24), pode haver algum “risco positivo” para as vendas de cerveja da Ambev (ABEV3) no Brasil, o que é um fator-chave para o preço das ações.
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“Por exemplo, no 3T15, quando houve um inverno mais quente devido ao El Niño, os volumes de cerveja da Ambev aumentaram 3,5% em base anual, apesar de uma crise econômica que levou o PIB do Brasil a cair 1,7%”, apontam os analistas do banco.
Em sua teleconferência de resultados do 3T15, a Ambev mencionou que “o crescimento do volume voltou a território positivo, crescendo 3,5%, impulsionado, primeiro: pelo clima favorável, já que as temperaturas no Brasil atingiram o maior nível em cinco anos para o período entre julho e setembro…”.
Além disso, o consenso da Bloomberg para a Ambev projeta queda de 0,6% no volume de cerveja brasileira em base anual no 3T23, o que pode parecer conservador dada esta situação, enquanto os analistas do BBI projetam crescimento anual de 1,7%.
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O BBI tem recomendação equivalente à compra (outperform, desempenho acima da média) para as ações ABEV3, com preço-alvo de R$ 21, ou uma alta de 48% em relação ao fechamento da véspera. Contudo, vale destacar que, nos primeiros quatro dias da semana, as ações tiveram um movimento tímido, caindo 1,18%, sendo que nesta sexta a baixa é de cerca de 3%.
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