Ações de imobiliárias disparam, repercutindo corte na Selic

Papéis de Gafisa, Rossi e PDG subiram mais de 7%, enquanto o Ibovespa terminou o pregão com alta de 2,87%

Renato Rostás

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SÃO PAULO – As ações do setor imobiliário avançaram forte nessa quinta-feira (1), após o surpreendente corte de 50 pontos-base na Selic. Esse movimento foi superior ao Ibovespa, que por sua vez avançou 2,87%.

Vale também mencionar que os papéis do setor chegaram a liderar o índice no intraday. Contudo, no horário de fechamento, o papel com avanço mais significativo, Gafisa (GFSA3), ficou apenas na terceira posição do índice, com alta de 7,53%, terminando a R$ 8,00. As ações da Rossi Residencial (RSID3) seguiram de perto, obtendo a quarta colocação, após avançar 7,46%, fechando as negociações valendo R$ 13,11. 

Imobiliárias em alta no Ibovespa
Empresa Ação Fechamento %
Gafisa GFSA3 R$ 8,00 7,53%
Rossi Residencial RSID3 R$ 13,11 7,46%
PDG Realty PDGR3 R$ 8,40 7,28%
MRV Engenharia MRVE3 R$ 14,19 5,90%
Brookfield BISA3 R$ 7,40 5,71%
Cyrela Realty CYRE3 R$ 15,90

5,37%

Fora do índice, algumas ações também subiram forte, como é o caso da Tecnisa (TCSA3, +8,81%, R$ 12,35), Even (EVEN3, +5,63%, R$ 7,32), Helbor (HBOR3, +4,72%, R$ 21,98) e Cyrela Comercial Properties (CCPR3, +3,90%, R$ 16,80).

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Redução no juro
O Copom reduziu a Selic para 12% ao ano, contra os 12,5% anteriores, com justificativa no cenário externo, que aponta para uma possível recessão, ou grande redução do crescimento global. Com o financiamento mais barato, em tese, a demanda por imóveis tende a aumentar.

Mas especialistas explicam que a tendência dos juros para imóveis geralmente diverge da taxa para o resto do mercado. O SFH (Sistema Financeiro Habitacional) se utiliza de outras formas de crédito, distanciando-se assim das alíquotas da Selic.

O reflexo da decisão de política monetária na bolsa, então, pode ser mais momentâneo do que realmente fundamentado, segundo Erick Scott Hood, analista da SLW Corretora. “O movimento de hoje é bem relacionado à queda da Selic, mas o efeito é mais emocional, da percepção de que o crédito mais barato traz maior procura”, opina.

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Projeção
Apesar da boa performance deste pregão, a histórica volatilidade dos papéis relacionados a companhias imobiliárias e o desempenho de economias pelo mundo fazem com que uma projeção de alta durante o mês seja difícil.

Em relação a outras ações do Ibovespa, o setor imobiliário sempre experimentou fortes oscilações, como explicam analistas. Com a crise de 2008, os ativos sofreram fortes desvalorizações, que foram recuperadas durante os dois anos seguintes. A alta desde 2009 chegou à casa dos três dígitos.

Hood, da SLW, também acredita que os investidores vão continuar atentos ao comportamento dos mercados globais, antes de a calma retornar à bolsa. “Com uma melhora lá fora, o mercado pode dar uma assentada por aqui”, analisa. China, Estados Unidos e Zona do Euro aparecem como as principais preocupações em relação à recuperação do crescimento.

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