Ação da Camil (CAML3) salta 20% com arroz em alta puxando lucros, segundo BBI; Ânima (ANIM3) sobe 11,6% com recomendação do BofA

Recomendações de ambas as companhias foram elevadas a compra pelas instituições; BofA vê melhora no gerenciamento de passivos da empresa de educação

Lara Rizério

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Diversas recomendações ganharam destaque no noticiário de ações, mas algumas em específico çevaram a uma disparada de ativos na sessão desta quarta-feira (18).

As ações da Camil (CAML3) registraram uma sessão de disparada, fechando com avanços de 20,72%, a R$ 9,09, após a empresa ter a recomendação elevada pelo Bradesco BBI.

Já a elevação de recomendação da Ânima (ANIM3) pelo Bank of America fez com que as ações da companhia saltassem 11,62%, a R$ 4,13.

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Confira os destaques:

Camil (CAML3) elevada pelo BBI 

No radar da companhia, o Bradesco BBI elevou a cobertura para as ações da Camil para equivalente à compra (outperform, ou desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo indo de R$ 11 para R$ 12 (um potencial de valorização de 63% em relação ao fechamento da véspera).

Os analistas do banco destacam que os valores da ação da companhia ainda não refletem o aumento do preço do arroz e melhora dos lucros em 2023, em meio a menor produção em duas décadas. A Camil é a nova top pick do setor do BBI, seguida por M.Dias Branco (MDIA3), Ambev (ABEV3) e BRF (BRFS3) dado o risco/retorno (nesta ordem).

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Para os analistas Leandro Fontanesi e Victor Romano, o preço do arroz deve subir, na direção oposta às outras commodities agrícolas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera uma queda de 9% na área plantada do Brasil em 2023 (o preço do arroz brasileiro aumentou cerca de 15% desde outubro de 2022, enquanto os preços globais também subiram), além de estoques em geral caírem.

Leia também: Camil prevê preço maior do arroz com safra menor, diz CEO

“Estimamos um preço médio de arroz de R$ 90 a saca em 2023 versus consenso e nossa estimativa anterior de R$ 75 a saca, o que resulta em nosso Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] cerca de 10% maior do que o consenso”, apontam.

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A Camil, avalia, tem alta correlação com o preço do arroz, com a companhia conseguindo repassar bem o custo para o consumidor, levando a empresa a ter um custo fixo/despesas diluídas – resultando em expansão de Ebitda e lucro líquido.

Fontanesi e Romano ainda veem cenários de mais altas se materializando com a expansão nos segmentos de biscoitos, massas e café, o que pode adicionar R$ 1 ao preço-alvo atual de R$ 12 para o ativo e também se a Camil conseguir entregar margens em linha com seus pares para esses segmentos até 2024. Com relação a esse último ponto, isso aumentaria a previsão de margem Ebitda (Ebitda sobre receita) consolidada em cerca de 1 ponto percentual nesse ano.

Os analistas veem um valuation atrativo para a Camil, negociando a um valuation de valor da empresa (EV) sobre o Ebitda de cerca de 5 vezes, abaixo da média histórica de 6,5 vezes.

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Ânima Educação (ANIM3) é elevada pelo BofA

Já os analistas do Bank of America elevaram a recomendação da empresa de educação Ânima de neutra para compra, pois veem um bom ponto de entrada com a negociação de ações com 10% de desconto para pares em uma base de EV/Ebitda esperado para 2023.

Com o gerenciamento  recente de passivos, os analistas veem potencial redução do custo da dívida para CDI+2%, em linha com os pares e mitigando o principal risco.

“Em termos relativos, também vemos boa liquidez e potencial de valorização com o FIES”, apontam os analistas, que agora possuem preço objetivo de R$ 7, ante R$ 6 anteriormente, o que configura um potencial de valorização de 89% frente o fechamento da véspera.

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Os analistas destacam terem ficado mais otimistas com o processo de desalavancagem da Ânima, que deve ocorrer por meio de (1) redução das despesas com aluguel; (2) geração de caixa; (3) otimização do uso da capacidade ociosa dos campi; e (4) ações de gestão de passivos.

“A empresa anunciou recentemente um movimento importante nessa frente, com a autorização de emissão de R$ 800 milhões em debêntures ao custo de CDI + 1,65%, abaixo da média da empresa de CDI+ 2,6%”, aponta.

Além disso, destaca o BofA, há um bom nível de confiança na expansão das margens, que deve vir principalmente dos efeitos do mix, com o ensino médico ganhando participação enquanto o EAD (ensino a distância) deve ajudar a conter a deterioração das margens. “Essa combinação, somada à base resiliente da Ânima, deve ajudar a mitigar os riscos de deterioração do sentimento macroeconômico”, avalia.

A base resiliente é a chave para superar os desafios macro, segundo os analistas.

“No espaço educacional, acreditamos que uma base de alunos mais resiliente e um posicionamento de maior qualidade devem permitir que superem seus pares, especialmente durante períodos macroeconômicos desafiadores”, destacam.

A equipe de análise do BofA espera que a Ânima tenha uma demanda sustentada em 2023, enquanto o principal risco que pode levar a Ânima a um desempenho inferior, na visão da casa, é sua alta alavancagem, mas com maior otimismo pela gestão dos passivos.

“À medida que incorporamos a emissão das debêntures em nosso modelo e assumimos o pagamento da dívida vencida em 2023 (R$ 635 milhões), revisamos nossa estimativa de lucro líquido para 2023 em 9%, refletindo o menor custo da dívida”, apontam.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.