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Correção: ao contrário do informado anteriormente no primeiro parágrafo, a receita da Heineken no Brasil cresceu a “dois dígitos baixos”, ou “low-teens”. A matéria foi corrigida.
Na última quarta-feira (25), antes da abertura dos mercados, a Heineken divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23), relatando um crescimento consolidado do volume de cerveja de um dígito alto no Brasil em relação ao ano anterior, enquanto a receita cresceu no “low-teens” (algo na casa dos 10% a 13%, ou dois dígitos baixos).
A Heineken disse que superou o mercado em crescimento de volume. Para sua principal marca premium, a Heineken aumentou os volumes no Brasil em torno de dois dígitos.
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Em relatório, o Bradesco BBI apontou o que os números da gigante de bebidas poderiam representar para a concorrente brasileira Ambev (ABEV3), que divulga seus números no dia 31 de outubro, antes da abertura do mercado.
O BBI afirmou que não está mudando a sua premissa de que os volumes brasileiros de cerveja da Ambev caíram 2% em base anual no 3T23 (em linha com as expectativas dos investidores).
Isso porque a Heineken mencionou que superou o desempenho da indústria com seu crescimento de volume de um dígito alto. “Uma coisa que chamou nossa atenção, no entanto, foi a receita da Heineken crescendo em um nível não tão alto em relação ao ano anterior no Brasil. Nos chama atenção dado o alto crescimento de volume de um dígito e a inflação média estimada da cerveja brasileira de 7% em base anual no 3T23 (IPCA)”, avalia o banco.
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Os analistas do BBI entendem que a Heineken tem aumentado com sucesso os preços acima da indústria nos últimos anos no Brasil para melhorar a lucratividade desta divisão em relação à sua operação global.
Neste cenário, uma potencial desaceleração no crescimento dos preços da Heineken poderá ser parcialmente explicada por uma mudança no mix (mais convencional em relação aos produtos premium) e por condições macroeconômicas mais desafiadoras.
Porém, os analistas questionam: “uma potencial desaceleração nos preços seria explicada por alguma fraqueza na procura pela sua principal marca, a Heineken, que tem sido o principal pilar de crescimento do grupo nos últimos anos?”
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Projeções para a Ambev
O BBI projeta que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) da Ambev no 3T23 deve ficar em linha com o consenso, a R$ 6,49 bilhões (avanço de 16% na base anual).
“Apesar de recentemente termos sinalizado que um inverno mais quente devido ao evento climático El Niño poderia ter beneficiado os volumes de cerveja brasileira no trimestre e ser um risco potencial de alta para as estimativas de consenso, isso não parece ter sido o caso, uma vez que as nossas verificações de canal sugerem que o clima não foi suficiente para compensar uma forte base de comparação. Dito isto, pensamos que a nossa nova estimativa de volumes de cerveja no Brasil (um driver importante para a ação) caindo 2% na comparação ano a ano no 3T23 está amplamente em linha com as expectativas do mercado de um leve declínio”, avalia.
Além disso, o crescimento da receita por hectolitro (Medida equivalente a 100L) provavelmente desacelerou para a Ambev em todas as divisões devido à queda das taxas de inflação. Por outro lado, uma desaceleração ainda mais forte no crescimento do CPV (Custo do produto vendido) por hectolitro provavelmente apoiou a expansão da margem para os números consolidados, o que está em linha com sua estimativa.
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As margens da Ambev devem crescer devido à queda dos custos de insumos (menores custos de alumínio, trigo e milho), enquanto os preços da cerveja são historicamente resistentes.
A XP também espera uma queda de 2% anual do volume de Cerveja Brasil.
A casa espera um 3T23 sólido para a companhia, apesar do volume menor, com margem Ebitda ajustada de 29,7% no consolidado.
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“Embora ainda abaixo de 30%, a Ambev segue em seu tímido processo de recuperação de margem devido (i) à revisão do guidance dos custos para 2023; (ii) uma estratégia de gestão de preços bem-sucedida; e (iii) o processo de premiumização do seu portfólio. A divisão Internacional deve continuar apresentando um desempenho misto, e a Argentina é um perpétuo déjà vu negativo, mas esperamos melhoria de margem em todas as unidades”, avalia
Para a XP, apesar de uma melhor perspectiva operacional e de um cenário competitivo saudável, as incertezas fiscais deverão continuar a contaminar a percepção dos investidores.
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