Republicanos devem dominar a Câmara nas ‘midterms’ dos EUA; controle do Senado ainda está em disputa

Analistas dizem que vitória da oposição a Joe Biden afetará sua agenda legislativa nos próximos dois anos, com obstruções em votações

Roberto de Lira

Publicidade

O Partido Republicano deve tomar o controle da Câmara nos Estados Unidos, mas os democratas ainda têm chances no Senado nas eleições de meio de mandato, as chamadas “midterms”, marcadas para esta terça-feira (8). Esta é a previsão do site Politico, divulgada nesta segunda-feira (7).

Estão em disputa 35 das 100 cadeiras do Senado e todas as 435 vagas da Câmara, além de 36 dos 50 cargos de governadores. e centenas de cargos nos legislativos estaduais.

Câmara

Segundo o Politico, 216 assentos na Câmara estão agora na categoria “sólido”, “provável” ou “inclinado” para os republicanos, que significa que o partido de oposição à gestão de Jose Biden está a apenas dois assentos da maioria, de acordo com a previsão.

Continua depois da publicidade

Em comparação, apenas 194 distritos estão nas categorias “sólido”, “provável” e “inclinado” para os democratas. Existem 26 assentos classificados com as corridas sem uma vantagem significativa.

Três dos últimos quatro presidentes americanos sofreram derrotas nas suas primeiras eleições de meio de mandato: Bill Clinton perdeu 54 assentos, Barack Obama perdeu 63 cadeiras e Donald Trump viu sua vantagem reduzir em 40 representantes.

Senado

As últimas pesquisas apontam que a disputa pelo Senado está aberta, com 49 cadeiras pendendo para cada partido e duas em situação de empate técnico. O Politico, no entanto considera que seis cadeiras estão em situação de “toss up” (jogar a moeda). Hoje, a casa legislativa está equilibrada em 50/50, com o desempate em votações cabendo a uma decisão da vice-presidente Kamala Harris.

Continua depois da publicidade

Para analistas, se os republicanos recuperarem o controle da Câmara, a agenda legislativa de Biden será interrompida, com uma Casa essencialmente obstrucionista. Medidas como o financiamento para apoiar a Ucrânia, por exemplo, poderiam ser reduzidas ou até canceladas. Também é prevista uma enxurrada de investigações e talvez até pedidos de impeachment de funcionários do gabinete – eventualmente, do próprio presidente.

Se a oposição ganhar também o Senado, o presidente enfrentará dificuldades para confirmar membros do gabinete, além de escolhas para o judiciário federal, incluindo uma possível vaga na Suprema Corte, entre outros obstáculos.