IPCA sobe 0,28% em novembro, abaixo do esperado, puxado por alimentos

No ano, a inflação acumulada é de 4,04% e, nos últimos 12 meses, de 4,68%; grupo de alimentos e bebidas teve variação de 0,63%

Roberto de Lira

(AndreyPopov/Getty Images)

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, subiu 0,28% em novembro, acelerando em relação aos 0,24% de outubro, informou nesta terça-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a inflação acumulada é de 4,04% e, nos últimos 12 meses, de 4,68%.

O dado de outubro ficou abaixo do esperado: o consenso Refinitiv estimava inflação de 0,30% na comparação mensal e de 4,70% em 12 meses.

Seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês, com destaque para alimentação e bebidas, que registrou a maior variação (0,63%) e o maior impacto (0,13 p.p.). O grupo vinha de alta de 0,31% em outubro.

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Segundo o gerente da pesquisa, André Almeida, as temperaturas mais altas e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país são fatores que influenciam a colheita de alimentos, principalmente os mais sensíveis ao clima, como é o caso dos tubérculos, dos legumes e das hortaliças.

Em nota, ele destacou que as altas da cebola (26,59%), da batata-inglesa (8,83%), do arroz (3,63%) e das carnes (1,37%) pressionaram a variação de 0,75% do subgrupo alimentação no domicílio. Entre as quedas, destacam-se o tomate (-6,69%), a cenoura (-5,66%) e o leite longa vida (-0,58%).

Também a alimentação fora do domicílio registrou alta em novembro, de 0,32%, mas desacelerou em relação ao mês anterior, quando teve expansão de 0,42% nos preços. A alta da refeição (0,34%) também foi menos intensa que a registrada em outubro (0,48%).

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Habitação

Outro destaque da inflação de novembro, segundo Almeida, foi o grupo Habitação, que teve alta de 0,48% no mês, influenciada por diversos reajustes que foram aplicados por concessionárias de serviços públicos.

A energia elétrica residencial, por exemplo, fechou o mês com preços 1,07% acima do mês anterior, por conta dos reajustes aplicados em quatro áreas: Goiânia (6,13%), reajuste de 5,91% a partir de 22 de outubro; em Brasília (4,02%), de 9,65% a partir de 22 de outubro; em São Paulo (2,80%), de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 23 de outubro; e em Porto Alegre (0,91%), de 1,41% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 22 de novembro.

Os preços na taxa de água e esgoto tiveram expansão de 1,02%, explicado pelos reajustes de 14,43% em Fortaleza (13,41%), a partir de 29 de outubro; e de 10,23% no Rio de Janeiro (7,60%), a partir de 8 de novembro. Também o gás encanado subiu 0,29%, por conta do reajuste médio de 0,98% aplicado no Rio de Janeiro (0,94%), com vigência a partir de 1º de novembro.

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Transportes

Já a alta de 0,27% em transportes foi influenciada por um novo aumento nos preços da passagem aérea (19,12%), subitem com a maior contribuição individual (0,14 p.p.) no índice do mês.

Os preços dos combustíveis caíram 1,58%, uma vez que a gasolina (-1,69%) e o etanol (-1,86%) apresentaram redução de preço, com o óleo diesel (0,87%) e o gás veicular (0,05%) registrando alta.

O grupo ainda foi afetado pela alta do táxi (2,22%), que decorre dos reajustes de 6,67% aplicado em São Paulo (6,02%), a partir de 28 de outubro, e de 20,84% aplicado em Porto Alegre (5,69%), a partir de 9 de outubro.

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Por conta da gratuidade nos transportes metropolitanos concedida a toda a população nos dias de realização das provas do Enem (em 5 e 11 de novembro), São Paulo (0,42%) registrou redução de 6,45% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público.

Já em Salvador, houve alta nos subitens ônibus urbano (3,52%) e integração transporte público (2,59%), em função do reajuste de 6,12% nas passagens, a partir de 13 de novembro.

Regiões

Na análise dos índices regionais do IPCA, quatro áreas apresentaram variações negativas em novembro, com menor resultado registrado em São Luís, queda de 0,39%, pressionada pela redução de 3,92% na gasolina.

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A maior variação foi no Rio de Janeiro, com alta de 0,57%, influenciada pelas altas da passagem aérea (21,17%) e da taxa de água e esgoto (7,60%).

INPC

O IBGE também divulgou hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que teve alta de 0,10% em novembro, abaixo da variação registrada em outubro, de 0,12%. Com isso, o INPC registra alta acumulada de 3,14% no ano. Já o acumulado dos últimos 12 meses é de 3,85%, abaixo dos 4,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2022, a taxa foi de 0,38%.

Os produtos alimentícios tiveram variação de 0,57% após alta de 0,23% em outubro. Nos produtos não alimentícios, houve variação negativa de 0,05%, abaixo do resultado de 0,09% observado no mês anterior.

Quanto aos índices regionais, cinco áreas registraram queda em novembro, com São Luís tendo o menor resultado (-0,45%), influenciado pela queda da gasolina (-3,92%), e o Rio de Janeiro (0,46%) com o maior, pressionado pela alta da taxa de água e esgoto (7,60%).