Controle do Senado nos EUA oscila entre democratas e republicanos; Georgia, Nevada e Arizona vão decidir

Disputa na Georgia vai a segundo turno em dezembro; na Câmara, republicanos podem ficar com até 224 cadeiras

Roberto de Lira

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Mais uma vez, a exemplo do que ocorreu em 2021, o controle do Senado nos Estados Unidos será decidido por uma disputa em segundo turno no estado da Georgia. A nova votação vai acontecer no dia 6 de dezembro. No momento, ainda há três estados em disputa e quem levar dois deles vai dominar a casa legislativa. Entre resultados já definidos e projeções feitas pela imprensa, os republicanos estão com 49 cadeiras no Senado e os democratas estão com 48.

Na Câmara, as últimas projeções apontam que o Partido Republicano vai ocupar entre 222 e 224 cadeiras, quando são necessários 218 assentos para fazer a maioria.

A disputa na Georgia remete a uma situação similar que ocorreu há dois anos. Ainda com a memória quente da vitória de Joe Biden à presidência, o Partido Democrata conquistou as duas cadeiras em disputa numa segunda rodada, uma vez que nenhuma das candidaturas havia alcançado o mínimo de 50% + 1 dos votos.

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Há dois anos os democratas Jon Ossoff e Raphael Warnock venceram as corridas contra os republicanos David Perdue e Kelly Loeffler, dando um grande fôlego para o início da gestão de Biden.

Ossoff foi o primeiro senador judeu da Geórgia, além de se tornar mais jovem na casa legislativa, aos 33 anos. Já o pastor Warnock se tornou o primeiro senador negro do estado, numa disputa especial em virtude da aposentadoria do titular do cargo. Foi a primeira vez desde 2000 que os democratas conquistaram assentos pela Geórgia.

A tarefa de manter esse quadro em 2022 está nas mãos agora de Warnock, que precisa renovar seu mandato e tentar, no mínimo, manter o equilíbrio de forças (50 a 50) na casa legislativa. Seu adversário é o ex-astro de futebol americano Herschel Walker.

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Até aqui, a disputa tem mostrado ataques pessoais pesados. Warnock disse na campanha que seu adversário é um mentiroso patológico, que possui acusações de violência familiar e que pagou abortos para ex-namoradasm- embora tenha incluído sua contrariedade à interrupção da gravidez como um das bandeiras de sua candidatura.

Já Walker culpa a administração democrata pelos recordes inflação, e pelo aumento da criminalidade, que ele atribui ao fluxo contínuo de imigrantes. E, embora seu concorrente seja um pastor, o republicano disse mais de uma vez ser um “guerreiro de Deus”, alegando que Warnock defende valores que não estão de acordo com sua fé.

Nevada e Arizona

Além da Georgia, os outros dois estados com a decisão em aberto são Nevada e Arizona, que podem demorar alguns dias para anunciar o resultado porque falta abrir votos de regiões populosas, parte deles enviados pelo correio.

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A senadora democrata Catherine Cortez Masto está enfrentando o republicano Adam Laxalt em Nevada. Laxalt lidera (49,9% contra 47,2%) no momento, com mais de 70% dos votos contados, mas a vantagem deve ser reduzida ou anulada já que os votos de dois condados populosos e potencialmente democratas ainda não foram abertos.

Já no Arizona, onde o senador democrata Mark Kelly tem uma vantagem de 51,4% a 46,4% contra o republicano Blake Masters, a situação é inversa. Há muitos votos a serem contabilizados no condado de Maricopa, o maior do estado, com tendência republicana. Dos três resultados em aberto, quem conquistar duas cadeiras vai controlar o Senado.

Caso os republicanos realmente recuperem o controle da Câmara, vão conseguir barrar a agenda legislativa de Biden, por meio de obstruções. E devem ainda iniciar várias investigações contra a atual administração, desde o combate à pandemia e a retirada das tropas do Afeganistão, até acusações de corrupção contra o filho do presidente.

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O controle do Senado é importante para Biden para confirmar nomeações de membros do gabinete, além de escolhas para o judiciário federal, incluindo uma possível vaga na Suprema Corte.