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O Barclays antecipou a projeção para o início dos cortes da taxa Selic de setembro para agosto, informa relatório publicado há pouco. O banco prevê agora uma redução inicial de 0,25 ponto porcentual já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), seguida por cortes de 0,50 ponto, levando a Selic a 12,00% no fim de 2023, ante projeção de 12,50%.
“A escolha de um pequeno corte de 0,25 ponto em agosto seria coerente com o ‘processo parcimonioso’ descrito na ata”, escreve o economista para Brasil do Barclays, Roberto Secemski. “Achamos que esse seria um compromisso entre um conselho dividido, especialmente se a discordância sobre um corte antecipado for do segmento mais técnico do Copom, como especula a imprensa local.”
A expectativa de cortes de 0,50 ponto a partir de setembro, afirma Secemski, é baseada em um cenário de continuidade na melhora da dinâmica de inflação no curto prazo e das expectativas de inflação, especialmente para 2024 e 2025. “Se nossa visão de um corte de 0,50 ponto em setembro estiver incorreta, vemos um corte de 0,25 ponto como mais provável do que um de 0,75 ponto”, emenda.
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O Barclays também reduziu a projeção para Selic terminal de 10,5% para 9,5%. O banco pondera que o núcleo de inflação ainda rígido e o mercado de trabalho apertado devem impedir o Copom de reduzir as taxas em um ritmo tão rápido quanto no ciclo de 2016 a 2018.
Secemski acrescenta que o nível da taxa de juro neutra também é relevante para essa avaliação. Em 2017, uma pesquisa feita pelo BC com agentes do mercado indicou que a mediana de 5,0% no curto prazo deveria cair para 4,0% no médio, relembra.
Agora, outra pesquisa mostra que as estimativas atuais para a taxa estão em torno de 4,8%, com a maioria dos agentes esperando relativa estabilidade nos próximos cinco anos, para em torno de 4,5%.
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O Copom também elevou sua própria estimativa para o juro neutro três vezes desde 2021 – de 3,0% para 3,5%, depois para 4,0% e na ata da reunião de junho para 4,5%. A estimativa do Barclays para a taxa está entre 5,0% e 5,5%. “Isso, combinado com uma expectativa de inflação de longo prazo em torno de 3,5%, sugere que a taxa nominal neutra no Brasil deve ficar em torno de 9,0%.”