Banco Central da Austrália eleva os juros em 0,25%, sétima alta seguida

Inflação no país é a mais alta em 30 anos; foi a segunda alta seguida de 25 pontos base nos juros, mantendo o ritmo menor iniciado em outubro

Roberto de Lira

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O Banco Central da Austrália (RBA, na sigla em inglês) decidiu nesta terça-feira (1) elevar sua taxa básica de juros em 25 pontos base, para 2,85%. Embora tenha sido o sétimo aumento seguido praticado pela autoridade monetária, a decisão foi considerada moderada, uma vez que manteve o ritmo menor iniciado em outubro, quando o RBA também subiu o juro em 0,25% – interrompendo uma sequência de alta de 50 pontos base que permaneceu por quatro reuniões.

Em seu comunicado, o Banco Central australiano comentou que, assim como na maioria dos países, a inflação na Austrália está muito alta. Até setembro, a taxa anualizada de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de 7,3%, a mais alta em mais de três décadas.

Segundo o RBA, fatores globais explicam grande parte dessa taxa, mas a forte demanda doméstica em relação à capacidade da economia de atender a essa demanda também está desempenhando um papel. “Retornar a inflação à meta exige um equilíbrio mais sustentável entre demanda e oferta”, afirmou a nota.

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O Banco Central espera um novo aumento da inflação nos próximos meses, com a taxa chegando um pico de cerca de 8% no final ano. Para o ano que vem, a estimativa é que a inflação diminua devido à resolução dos problemas globais do lado da oferta, às quedas recentes nos preços de algumas commodities e ao crescimento mais lento da demanda.

A previsão central do Banco é que a inflação do CPI fique em torno de 4,75% em 2023 e um pouco acima de 3% em 2024. A previsão central para o crescimento do PIB foi revisada um pouco para baixo, com um crescimento de cerca de 3% previsto para este ano e 1,5% em 2023 e 2024.

O mercado de trabalho continua muito apertado, com muitas empresas tendo dificuldade em contratar trabalhadores. A taxa de desemprego ficou estável em 3,5% em setembro, perto do nível mais baixo em quase 50 anos. A previsão é que a taxa de desemprego permaneça em torno de seu nível atual nos próximos meses, mas aumente gradualmente para um pouco acima de 4% em 2024, à medida que o crescimento econômico desacelere.