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Depois de ser afastado por decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disparou ataques contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A Procuradoria Geral da República (PGR) chegou a pedir a prisão do governador, mas foi negada. Witzel afirmou que o órgão está se especializando em perseguir governadores, usando investigações rasas, e lembrou que a sub-procuradora que o investiga, Lindôra Maria Araújo, é amiga do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
O ponto mais importante do afastamento de Witzel para a família Bolsonaro é o comando do Ministério Público do estado. Um governador menos desalinhado com o presidente e os filhos vai ser fundamental na indicação do novo chefe do MP do Rio. O mandato do atual procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, termina em janeiro de 2021.
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A indicação do sucessor será feita pelo governador em exercício, Cláudio Castro – se estiver na cadeira até lá – e o novo PGJ será o titular do inquérito contra o senador Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz no caso das rachadinhas. A movimentação de bastidores para essa sucessão já começou no MP do estado.
Eleito com apoio da família Bolsonaro em 2018, Witzel se afastou de vez do presidente ao se colocar como possível candidato para 2022, e foi acuado pelo presidente de perseguir a família Bolsonaro por meio de investigações como o caso da rachadinha na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Desde então, Bolsonaro estaria buscando meios de ter “de volta” o comando político do próprio estado por meio de uso político da PGR, segundo Witzel. O governo fica nas mãos do vice, que também sofreu busca e apreensão, e a partir de agora deve buscar formas de se distanciar do governador afastado, revendo nomes no secretariado e sendo cuidadoso nas novas indicações.