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Caros leitores, digníssimas leitoras,
Uma das máximas com as quais brincamos com o pessoal de marketing (mas com um fundinho de verdade) é que lá nada se cria, tudo se copia! E parece que o governo federal está seguindo esse mantra. Não na parte do marketing, mas no ato político de copiar a filosofia do glorioso imperador romano Otávio Augusto, ao implementar a política do “pão e circo” para o setor automotivo.
O conceito de “Tavinho” no século I d.C. era gerar o “apaziguamento” da população, oferecendo comida e entretenimento. E eis que, no fim de junho de 2023, o governo federal decidiu conceder um subsídio adicional ao setor automotivo, no valor de R$ 300 milhões.
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Em maio, eles lançaram um programa com R$ 500 milhões, que, segundo eles, poderia durar até quatro meses. No entanto, já apontávamos que não duraria nem 30 dias! E o pior de tudo é que o vil estagiário estava certo, o que só reforça a descrença com os “jênios” do governo! Se os R$ 500 milhões não duraram 30 dias, esse adicional de R$ 300 milhões será utilizado em menos de um mês.
Mas qual foi o resultado para o setor neste mês de junho? Até o último dia 29, foram vendidos 153 mil carros. Com as vendas deste dia 30, estima-se que o mercado encerrará o mês com um volume próximo de 170 mil carros, um pouco mais ou um pouco menos.
Em outras palavras, esses R$ 500 milhões geraram um crescimento de apenas 3% nas vendas em relação a maio, quando foram vendidos 166 mil carros. Uauuuu… esse investimento de R$ 500 milhões foi realmente bem utilizado!
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Se compararmos o resultado de junho, impulsionado pelo dinheiro do governo, com o resultado de março, melhor resultado do ano até agora, com 186,5 mil carros vendidos, as vendas regrediram 8%.
O que o (des)governo fez com essas medidas foi travar as vendas. O resultado deste mês registra um aumento de 3% nas vendas em relação ao mês anterior, mas notamos que as vendas para pessoas físicas crescerão 17%. Por outro lado, as vendas para pessoas jurídicas apresentarão uma retração de 16%.
O governo destravou as vendas para pessoas físicas, mas travou as vendas para empresas! Resumindo, eles tiraram dinheiro de um bolso para colocar no outro, o que não muda em nada a vida de ninguém!
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O governo esqueceu que as empresas (pessoas jurídicas) correspondem, em média nos últimos 24 meses, a mais de 46% das vendas de carros novos.
Portanto, esses R$ 300 milhões irão evaporar após o dia 06/07/2023, quando esse “desconto patrocinado” poderá ser usado pelas empresas, como as locadoras, por exemplo. Falando em locadoras, eu aposto um picolé de limão que elas devem ter reclamado bastante por terem sido excluídas desse desconto patrocinado, e esse dinheiro adicional só veio como forma de compensar suas perdas. Basta observar que tanto a Movida como a Localiza previram perdas de quase R$ 800 milhões.
Esse benefício do governo, com duração de 45 dias (30 + 15), serviu para que aqueles que iriam comprar um carro no final de maio aproveitassem esse desconto, assim como para aqueles que planejavam comprar nos próximos meses anteciparem seus pedidos.
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Essa medida irá gerar uma revisão das previsões de vendas para o setor? Não! Irá fazer com que as montadoras evitem demissões em massa, planos de demissão voluntária e coisas do tipo? Não! Irá manter a atividade das fábricas? Não (veja o caso da VW).
Resumindo, esse crescimento nas vendas em junho e julho não passa de mais um “voo de galinha”!
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