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Nessa madrugada choveu muito e não foi uma grande surpresa o trânsito anormal logo cedo, no caminho para o trabalho. Apesar de eu odiar com todas as minhas forças o trânsito, por diversos motivos, ele tem ao menos um aspecto positivo: oferece um tempo aparentemente ocioso, que nos permite refletir.
Muitos e muitos minutos depois, suficiente para emitir mais gás carbônico na atmosfera do que eu gostaria, cheguei no afunilamento da pista marcado por cones do pessoal responsável pela organização do trânsito; aquele que costuma estacionar o carro amarelo com giroflex ligado, atravessado em cima da calçada.
Era um poste caído no meio da pista, arrancado pela força de um veículo. O que fez o motorista, em dia de chuva, para conseguir derrubar um poste daquele tamanho eu não faço a menor ideia.
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Algumas centenas de metros à frente, dois carros parados no meio da rua, atrapalhando a vida de tantas outras pessoas. Um deles estava sem o para-choque traseiro, o outro, com a frente toda amassada. A pancada não foi pequena. Já pensou se em algum dos carros tivesse um recém-nascido na cadeirinha?
Como se já não bastasse, alguns minutos depois, outro acidente. Motoqueiro estirado no chão. Sem preconceitos, por favor. A culpa pode ter sido do motorista do carro envolvido no acidente. Piloto moto e vivencio diariamente as aventuras de um caminho repleto de barbaridades cometidas por motoristas sem a menor condição de assumir a responsabilidade de dirigir um veículo automotor.
Em dia de chuva os pneus reduzem o atrito com o solo, a pista fica mais escorregadia, o tempo para o veículo frear é maior, a visibilidade diminui, a atenção precisa ser redobrada e a velocidade necessariamente reduzida. Nenhuma novidade, mas as pessoas insistem em abusar da sorte.
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Lembrei-me de uma aula de direito que tive no meu tempo (e faz tempo) de universitário, cujo tema era negligência, imprudência e imperícia.
Pensando nos três acidentes que presenciei entre a minha casa e o meu trabalho é que resolvi escrever esse texto. Quanto custa a imprudência?
Obviamente não tenho resposta para essa questão, mas a franquia para o reparo do carro custa, aumento do seguro por sinistralidade custa, perda do bônus custa, redução do valor patrimonial por tratar-se de bem avariado custa, ficar sem carro e buscar outra forma de locomoção custa, remédio custa, tempo custa.
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Para os apressadinhos que colocam a vida em risco e para os espertinhos que usam o acostamento como uma pista construída para o seu uso exclusivo, fica a dica: multa de trânsito é um dinheiro muito mal gasto.
É incrível como o brasileiro, correndo o risco da generalização, se preocupa com o próprio umbigo e se esquece da boa convivência social, mas isso não faz parte daquilo que está em pauta.
O fato é que a imprudência custa e bem caro. Um gasto completamente desnecessário e que pode ser evitado com medidas simples. Menos stress, menos nervosismo e menos impaciência e viveremos mais e melhor.