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SÃO PAULO – Carlos Ghosn, CEO da Renault, foi preso nesta segunda-feira (19) no Japão por fraude fiscal. O executivo de 64 anos, teria subestimado os seus rendimentos em declaração de impostos.
Além de CEO, o franco-brasileiro de origem libanesa é presidente da Aliança Renault-Nissan, quarto maior grupo automobilístico mundial – e que em 2017 apresentou números recordes.
Sua história e carreira
Com família de origem libanesa, Carlos Ghosn nasceu em Porto Velho, Rondônia. Com dois anos se mudou para o Rio de Janeiro com sua família. Aos seis anos, se mudou para Beirute, capital do Líbano, onde concluiu o ensino médio.
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Mais tarde se mudou para a França, onde se formou na École Polytechnique, em 1974, e École de Mines, em 1978. Começou a carreira na Michelin, fabricante francesa de pneus com alcance mundial.
Em 1985, aos 30 anos, tornou-se diretor de operações da empresa na América do Sul, quando voltou a morar no Rio. Anos depois, foi promovido a diretor executivo da Michelin nos EUA, e se mudou, mais uma vez para Greenville, na Carolina do Sul.
Foi em 1996, após 18 anos na Michelin, que ele aceitou o cargo de vice-presidente executivo na Renault.
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Na época, ficou famoso após salvar a Nissan da falência em 1999, ano em que a Renault comprou 36,8% da fabricante japonesa. O feito fez com que ele fosse tratado como uma espécie de celebridade no Japão e o fez ficar conhecido como Le Cost Killer, com direito a virar personagem em histórias em quadrinhos – os mangás.
A retomada fez com o que ele ganhasse prestígio e, em 2005, tornou-se diretor executivo da Renault ao mesmo tempo em que era presidente da Nissan – ele foi a primeira pessoa do mundo a dirigir duas empresas da lista Fortune Global 500.
Um dos executivos mais famosos e premiados da história, ele chegou a ser cotado para uma candidatura à presidência do Líbano. No Japão, uma pesquisa de 2011 o ranqueou em 7º lugar na lista de personalidades desejadas pelo público para assumir o comando do país.
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Na liderança da Aliança Renault-Nissan, Ghosn coordenou a absorção da Mitsubishi, outra gigante japonesa. Desde 2005, o grupo faz investimentos bilionários no desenvolvimento de carros elétricos de zero emissão, o que culminou no lançamento do Nissan Leaf, que acaba de ter suas vendas anunciadas no Brasil.
A revelação do escândalo fez as ações do grupo caírem 13% nas bolsas europeias – a bolsa de Tóquio já estava fechando quando surgiram as notícias.
Sobre a prisão do executivo, o grupo Renault-Nissan emitiu uma nota afirmando que pretende retirar Ghosn do cargo que ocupa como presidente do conselho de administração e que ele “declarou durante anos renda inferior ao valor real”.
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“Além disso, se tratando de Ghosn, numerosos outros atos de conduta errônea foram descobertos, como uso pessoal dos ativos da companhia. A Nissan está fornecendo informação aos promotores públicos do Japão e está cooperando com as investigações”, diz a nota da empresa.
De acordo com o jornal japonês Asahi, em coletiva de imprensa, o presidente-executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, declarou que as alianças Renault-Nissan-Mitsubishi não serão afetadas.
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