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SÃO PAULO – O presidente e diretor-executivo do grupo Renault-Nissan, o franco-brasileiro de origem libanesa Carlos Ghosn, foi detido por suspeitas de fraude fiscal, informou o jornal japonês Yomiuri.
Nesta segunda-feira (19), as autoridades japonesas deflagraram uma operação de investigação em meio às suspeitas de que o executivo da gigante automobilística tenha subestimado seus rendimentos em declaração de impostos.
As autoridades japonesas fizeram buscas na sede da Nissan, assim como em outros locais relacionados com a fabricante de automóveis.
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A notícia surpreendeu muitos analistas, uma vez que Ghosn é muito bem avaliado mundialmente e conseguiu recuperar a Nissan da ameaça de falência.
A montadora japonesa disse também nesta segunda-feira, em comunicado, que Ghosn usou ativos da empresa para uso pessoal e que havia investigação de possíveis práticas impróprias de Ghosn e do diretor Greg Kelly por vários meses. A Nissan ainda confirmou que Ghosn está sob investigação depois que ele supostamente violou a lei financeira japonesa.
A montadora informou que seu diretor executivo, Hiroto Saikawa, proporá agora ao Conselho de Administração da Nissan que tire Ghosn e Kelly de seus cargos.
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As ações da Nissan já haviam parado de ser negociadas nesta segunda-feira após essas informações, mas as ações da Renault – que também tem Ghosn como CEO e presidente – atingiram seu nível mais baixo em três anos e registravam baixa de 13% às 8h47 (horário de Brasília).
De acordo com a Promotoria de Justiça de Tóquio, a remuneração de Ghosn totalizou quase 1,1 bilhão de ienes, ou cerca de US$ 9,7 milhões de dólares, no ano fiscal de 2016. Porém, para o ano fiscal de 2017, o executivo relatou um total de 730 milhões de ienes – queda de 33%.
Nascido no Brasil, descendente de libaneses e cidadão francês, iniciou sua carreira na Michelin na França e depois foi para a Renault. Ele se juntou à Nissan em 1999 depois que a Renault comprou uma participação controladora e se tornou seu presidente-executivo em 2001.
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(Com Agências)
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