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Veículos híbridos e aviação: as apostas de Raízen e Vibra para a transição energética

Empresas enxergam potencial dos biocombustíveis para avançar na descarbonização do país nos próximos anos

Rikardy Tooge

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As teses para a transição energética da próxima década já estão na mesa das grandes empresas de combustíveis do Brasil, que apostam em uma adesão crescente a veículos híbridos movidos a etanol e energia elétrica.

Para Clarissa Sadock, vice-presidente de energia renovável e ESG da Vibra (VBBR3), os veículos elétricos estão chegando ao mercado mais rápido do que se imaginava, mas não serão alternativa para todas as regiões do país, apesar do rápido ganho de escala. Paula Kovarsky, vice-presidente de estratégia e sustentabilidade da Raízen (RAIZ4), tem avaliação semelhante mas aposta que eletrificação e híbridos poderão coexistir sem grandes problemas.

(Getty Images)

“Precisamos ter uma visão inteligente sobre a jornada de transição energética. Na nossa avaliação, começaria pelos híbridos, que já têm um grande potencial de descarbonização por conta da matriz energética do Brasil com o etanol. Nós entendemos que a eletrificação vai penetrar algumas regiões, como São Paulo, mas não vemos a mesma força fora dos grandes centros”, avaliou Kovarsky durante painel promovido na Expert XP 2023.

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Apesar do entendimento de que os biocombustíveis seguirão relevantes na próxima década, Vibra e Raízen vêm desenvolvendo verticais para atender aos elétricos. Na Vibra, a empresa tem uma parceria com a startup Easy Volt, que atua na rede de carga de veículos elétricos, enquanto a Raízen Power é a aposta do grupo para soluções de recarga de carros e na oferta de energia renovável.

Outra frente que as empresas enxergam como avenida de crescimento são os combustíveis sustentáveis de aviação (SAFs, na sigla em inglês), em que o etanol poderia ganhar protagonismo. A VP de estratégia e sustentabilidade da Raízen diz que a empresa é a única no mundo a ter etanol certificado para a aviação. Do lado da Vibra, além do SAF, a empresa aposta na Comerc, empresa de comercialização de energia que teve metade de seu capital adquirido pela Vibra por R$ 3,25 bilhões, buscando surfar na expansão do mercado livre de energia prevista para os próximos anos.

As executivas também lembraram do potencial do mercado de carbono, por meio do projeto de lei 412/2022, que está em discussão no Senado Federal. A avaliação é de que o PL poderia destravar ainda mais valor para as empresas de energias renováveis.  “Estamos vendo o setor privado puxando essas discussões com apoio dos reguladores. O mercado de carbono é interessante e vejo que os entes privados estão liderando essas iniciativas. Sem dúvida,  o mercado de carbono fará uma grande diferença”, afirma Sadock, da Vibra.

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As executivas fizeram as declarações durante o evento Expert 2023.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br