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Com exportações firmes, indústria de aves e suínos espera um quarto trimestre forte

Negócios no mercado doméstico também tendem a melhorar

Fernando Lopes

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A queda dos custos de produção e o dólar favorável continuam a beneficiar os exportadores de carnes de frango e suína. De janeiro a setembro, houve aumentos de volume e receita dos embarques nos dois casos, e a expectativa da indústria é que os negócios no exterior colaborem para fazer deste quarto trimestre o melhor do ano no segmento.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de carne de frango somaram 397,1 mil toneladas e renderam US$ 719,3 milhões em setembro, com quedas de 0,7% e 13,3% ante o mesmo mês do ano passado, respectivamente. Mesmo assim, nos primeiros nove meses do ano o volume embarcado cresceu 6,5%, para 3,905 milhões de toneladas, e o valor das vendas subiu 2,8%, para US$ 7,578 bilhões.

“Mesmo com a relativa manutenção do volume no mês passado, a média mensal superou 430 mil toneladas de janeiro a setembro, ante menos de 410 mil no mesmo período de 2022. E a queda da receita em setembro foi pontual, derivada de um mix de exportações com preço médio menor que refletiu, em parte, um recuo das vendas ao Japão”, afirmou Ricardo Santin, presidente da ABPA.

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Ricardo Santin, presidente da ABPA (Divulgação)
Ricardo Santin, presidente da ABPA (foto: Divulgação)

Em setembro, a China continuou a ser o principal destino das exportações, com compras que chegaram a 57,1 mil toneladas, 41,6% mais que um ano antes. Em seguida vieram Emirados Árabes Unidos (35,2 mil toneladas), África do Sul (20,6 mil), Coreia do Sul (19,4 mil) e México (15,2 mil).

A ABPA espera que o ritmo de exportações permaneça forte neste quarto trimestre, até porque o Brasil continua sem registrar casos de influenza aviária de alta patologia em granjas comerciais. Assim, confirma que o volume total deverá superar 5 milhões de toneladas em 2023, ante 4,822 milhões no ano passado.

“Esse cenário, aliado à melhora que estamos observando no mercado doméstico, deverá tornar o quarto trimestre o melhor do ano para as empresas de carne de frango”, disse Santin. A melhora doméstica é resultado de uma combinação entre queda de custos, graças à baixa das cotações dos grãos, e maior espaço para o aumento de preços – até porque a carne bovina tende a subir, mais pressionada pela valorização do boi. O mesmo horizonte positivo vale para a carne suína.

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Nesse segmento, as exportações atingiram 112,2 mil toneladas em setembro, 9,2% a mais que no mesmo mês do ano passado, e renderam US$ 244,7 milhões, alta de 0,2% na comparação. Nos primeiros nove meses do ano, com isso, o volume aumentou 11,4% e chegou a 920,1 mil toneladas e a receita totalizou US$ 2,16 bilhões, um avanço de 16,7%. 

Em 2023 como um todo, o volume deverá se aproximar de 1,2 milhão de toneladas, ante 1,12 milhão em 2022. A China também é o principal destino dos embarques brasileiros de carne suína, com participação de mais de 30%.

Santin conversou com o IM Business direto da feira de alimentos e bebidas de Anuga, na Alemanha, que começou no sábado e vai terminar nesta quarta-feira. Mais de 20 empresas brasileiras de aves e suínos estão representadas no evento, um dos maiores do setor no mundo. O recrudescimento das tensões entre Israel e Palestina preocupa os exportadores, mas ainda é difícil saber se haverá impacto sobre os embarques de carnes de frango e suína do Brasil, principalmente para o Oriente Médio.

Fernando Lopes

Cobriu o setor de energia e foi editor do semanário Gazeta Mercantil Latino-Americana até 2000. Foi editor de Agro no Valor Econômico até fevereiro de 2023.