Desdobramento de ações do Banco do Brasil (BBAS3) afeta os dividendos? Analistas respondem

O banco estatal pretende emitir mais ações para diminuir o preço unitário e atrair mais investidores pessoa física

Monique Lima

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O Conselho de Administração do Banco do Brasil (BBAS3) pretende desdobrar as ações da companhia em 100%, conforme comunicado desta sexta-feira (8). Ou seja, para cada ação que existe, uma nova ação será emitida. A questão é: essa mudança poderá afetar os dividendos do banco?

Analistas consultados pelo InfoMoney avaliam que não haverá qualquer alteração nos dividendos do Banco do Brasil. Segundo eles, o desdobramento (ou split) não afeta os fundamentos da companhia, de modo que não é esperada qualquer alteração no volume ou pagamento dos proventos.

“Um desdobramento muda apenas o número de partes em que o ativo de uma empresa é dividido. Se você tem uma pizza e divide ela em 4 partes ou 16 partes, o tamanho da pizza continua o mesmo”, diz o analista independente Ricardo Schweitzer. “Para questões como valor da empresa, política de dividendos e outras questões práticas, essa mudança é completamente irrelevante.”

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As projeções para os níveis de dividend yield do Banco do Brasil tendem a buscar algo entre 9,5% em 2024, projeta Matheus Nascimento, analista da Levante, que acredita que o valor seeja um ponto de atratividade da companhia.

Em comunicado ao mercado, Geovanne Tobias, vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores do Banco do Brasil, afirmou que a intenção do banco é democratizar o acesso às ações do BB para os investidores pessoas físicas.

A operação ainda não é certa. A proposta passará por deliberação em Assembleia Geral dos Acionistas, que ainda não tem data para acontecer.

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Neste ano, os papéis do banco se valorizaram em mais de 50%, saindo da faixa de R$ 32 no início de janeiro para os atuais R$ 55. Com o desdobramento, o preço das ações cairia para R$ 27,50. Com isso, um lote de 100 ações deixaria de custar por volta de R$ 5.500 para sair por R$ 2.750.

A operação não afeta a carteira dos investidores que já possuem ações da companhia. Na prática, quem tem 10 ações, passará a ter 20. O montante total continua o mesmo, assim como o volume de dividendos a que o investidor tem direito.

O que muda nas ações do Banco do Brasil?

“Pode ser que o split traga um pouco mais de volatilidade, principalmente após a aprovação na Assembleia Geral e o desdobramento propriamente, já que alguns investidores podem aproveitar a oportunidade para aumentar suas alocações. Porém, o movimento deve ser momentâneo”, diz Bruno Benassi, especialista em ações da Monte Bravo Corretora.

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Nascimento, da Levante, também espera um incremento no volume de negociações, visto que o preço unitário da ação ficará mais acessível. “Consequentemente, a liquidez dos papéis deve aumentar também, o que é positivo”, diz.

Considerando que não haverá mudanças nos fundamentos do banco, ou seja, na geração de lucro líquido e caixa, e que não há indício de que fundos e investidores institucionais desejam se desfazer do papel agora, Angelo Belitardo, gestor da Hike Capital, vê o split como favorável para as ações em 2024.