Ata do Copom, IPCA de julho e inflação nos EUA: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

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Depois que o Banco Central decidiu cortar a Selic pela primeira vez em três anos, iniciando um mais que aguardado ciclo de alívio, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) vai ser divulgada na terça-feira (8). Houve uma empate entre os membros do colegiado e presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu o voto de minerva que decidiu pela redução  de 0,50 ponto percentual no encontro.

“Esta não foi uma divisão comum, já que a maioria dos membros com formação acadêmica ortodoxa em economia dentro do conselho preferiu uma abordagem mais cautelosa”, afirma Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú e ex-diretor de política econômica do BC, em relatório.

“Os argumentos apresentados na declaração, a nosso ver, poderiam facilmente ter sido usados para justificar um corte de 0,25 ponto percentual”, complementa. O economista nota que o mandato de dois membros expira até o final do ano e a expectativa é que comitê se torne mais “brando” quando as substituições forem feitas. O Itaú vê a Selic em 11,75% no final de 2023.

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E a atenção do mercado se volta a novos dados de inflação que vão pautar as próximas decisões sobre juros. O principal destaque da agenda nos próximos dias é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de julho, número que será divulgado na sexta-feira (11). A expectativa é que o indicador fique praticamente estável em relação ao de junho.

O Itaú prevê uma ligeira alta mensal de 0,1%, com pressões altistas de veículos, após a conclusão do programa de descontos fomentado pelo governo, e da gasolina, com o retorno cheio do PIS/Cofins. Na leitura anual, a taxa deve ficar em 4%, pelos cálculos do banco. “Levando em conta o núcleo da inflação, bens e serviços vão desacelerar na margem”, diz o Itaú.

Também na sexta, sai a prévia de atividade econômica do Banco Central, o IBC-Br, referente ao mês de junho. O indicador do mês de maio surpreendeu negativamente os investidores, com uma retração de 2%, mostrando o fim do impacto da safra agrícola. Agora, o Itaú prevê uma contração mensal de 0,2%, mas um avanço em bases anuais de 1,2%.

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Na quarta-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar as vendas do varejo referente a junho. O Itaú prevê uma alta mensal de 0,4% no índice amplo e de 6,1% em bases anuais. O núcleo do índice deve sofrer uma contração mensal de 0,2% e de 1,7% ano a ano.

Na quinta (10), sai a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), também do mês de junho. O Itaú calcula que o indicador vai apresentar uma alta mensal de 0,3% e de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para o crescimento nos serviços oferecidos à família.

No noticiário corporativo, destaque para a penúltima semana da temporada de resultados das empresas no segundo trimestre de 2023. Estão previstos cerca de 150 balanços no período, com destaque para Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), B3 (B3SA3), Azul (AZUL4), Eletrobras (ELET3), dentre outras. Confira o calendário completo aqui.

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Agenda internacional

Nos Estados Unidos, começa a divulgação dos dados de inflação que devem ser avaliados pelo Federal Reserve em seu próximo encontro, nos dias 19 e 20 de setembro. A inflação ao consumidor de julho medida pelo CPI vai ser divulgada na quinta-feira e a média das projeções do mercado aponta para uma alta de 0,2% em relação a junho e de 3,3% na leitura de 12 meses.

O núcleo do CPI também tende a avançar na mesma magnitude, chegando a 4,7% em 12 meses, mais que o dobro da meta de inflação do Fed, mas no menor nível desde 2021.

A inflação ao produtor medida pelo PPI tem divulgação prevista para sexta-feira. O consenso Refinitiv prevê variação de 0,1% entre junho e julho. Ainda na sexta, a Universidade Michigan vai reportar o seu tradicional relatório de sentimento de inflação. Discursos de dirigentes do Fed também são aguardados para a semana.

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A temporada de resultados trimestrais das empresas americanas continua e esta semana os destaques são Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, Siemens, Paramount, Fox e Disney.

Na Europa, destaque para a leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido no segundo trimestre de 2023. A expectativa é de estagnação. Na zona do euro, sai a produção industrial alemã, que também deve apontar para uma contração.

Na China, três dados de destaque. A balança comercial do mês de julho vai ser divulgada na terça-feira e a expectativa é de queda de 14% nas exportações, o terceiro mês seguido de contração. Para as importações, espera-se um recuo de 5,2%. Os dados, portanto, devem apontar para uma continuidade de fraqueza nas demandas externas e interna.

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A inflação ao consumidor chinês vai ser divulgada no mesmo dia e os riscos de deflação são altos. O mercado projeta uma retração de 0,3%. Para a inflação ao produtor, a previsão é de contração de 5% em bases anuais – o décimo mês seguido de crescimento negativo.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados