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O dólar acumula baixa de cerca de 8% ante o real em 2023, com desvalorização de mais de 5% apenas em junho. Porém, ainda há espaço de queda para a moeda americana frente à brasileira, aponta o Goldman Sachs em relatório da última sexta-feira (16).
A equipe do banco, liderada por Kamakshya Trivedi, revisou as projeções para o dólar para os próximos três, seis e 12 meses para R$ 4,60, R$ 4,40 e R$ 4,40, respectivamente, ante projeções anteriores de R$ 4,90, R$ 4,85 e R$ 4,80.
Embora as operações de carry trade (operação em que o estrangeiro toma dinheiro emprestado a juros mais baixos em países europeus, EUA ou Japão, para depois aplicar este mesmo capital em países de juros mais altos, como o Brasil, ganhando assim na diferença de juros) tenham sido chaves para o desempenho do real, os desdobramentos domésticos também contribuíram para a alta da moeda brasileira, aponta.
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Em primeiro lugar, no que diz respeito à inflação, o IPCA de maio surpreendeu para baixo e apontou progressos visíveis nos componentes mais rígidos de núcleos e serviços. Isso, juntamente com o fortalecimento do câmbio e a queda nas expectativas de inflação, deve ser bem recebido pelo Banco Central em sua reunião da próxima semana e preparar o terreno para uma inflexão na Selic. Com a possibilidade de cortes de juros já em agosto, as projeções futuras da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana serão acompanhadas de perto pelos investidores.
“Dado o ponto de partida elevado para as taxas reais e o progresso contínuo (na redução) da inflação, esperamos que os diferenciais de juros reais continuem favoráveis ao câmbio mesmo quando a normalização da política monetária começar, e acreditamos que os fluxos de renda fixa continuam sendo um importante vento favorável para o real”, aponta.
“Embora uma pequena retração após um forte rali (do real) seja certamente possível, achamos que o dólar spot ainda tem espaço para uma tendência de baixa”, completou o banco no documento.
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Os analistas também destacaram a recente revisão para cima na perspectiva do rating do Brasil pela S&P, de estável para positiva. Para eles, dado que é incomum que mudanças de rating ocorram antes de uma reforma ser finalizada, é provável que existam outros fatores no modelo da agência de classificação de risco que estão sinalizando um rating acima de BB- no momento e estão por trás dessa revisão de perspectiva.
“Como tal, na medida em que essa decisão reflete uma melhoria ampla dos fundamentos macro, ela também é positiva para o câmbio. Enquanto o cenário doméstico continuar favorável e o interesse em [operações de] carry trade permanecer elevado, acreditamos que o real pode continuar gerando retornos totais positivos nos próximos meses”, afirma a equipe de análise.
Embora uma pequena retração após um forte rali seja certamente possível, os analistas acreditam que o dólar ainda tenha espaço para uma tendência de baixa antes de ser visto como caro, pois ainda é negociado cerca de 10% mais barato do que o Goldman vê como valor justo estimado, de cerca de R$ 4,30.
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Nesta segunda-feira (19), o dólar comercial fechou em baixa de 0,92%, abaixo dos R$ 4,77.
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