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O dólar registrou queda frente ao real nesta segunda-feira (19), em um início de semana que será marcada pela decisão de política monetária do Banco Central do Brasil e por depoimentos do chair do Federal Reserve, Jerome Powell. Na sessão, a divisa foi impactada pela visão positiva dos investidores sobre o Brasil, que passa por processo de queda da inflação, aceleração do crescimento, perspectiva de corte de juros e de mais controle na área fiscal.
A divisa comercial americana fechou em queda de 0,92%, a R$ 4,775 na compra e R$ 4,776 na venda. A moeda cai 5,9% no mês e 9,6% no acumulado do ano. Este é o menor valor de fechamento desde 31 de maio de 2022, quando encerrou a R$ 4,7542.
O Banco Central do Brasil provavelmente manterá a Selic em 13,75% ao ano quando encerrar sua reunião de política monetária nesta semana, mas economistas acreditam que a autarquia está próxima de iniciar um ciclo de afrouxamento, provavelmente já no terceiro trimestre.
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Isso porque dados divulgados desde o último encontro do BC mostraram sinais convincentes de arrefecimento dos preços, com o IPCA de maio desacelerando bem mais do que o esperado, enquanto as expectativas de inflação no boletim semanal Focus têm moderado.
Juros mais baixos normalmente colocariam pressão negativa sobre real ao reduzir a rentabilidade do mercado de renda fixa brasileiro, mas estrategistas do Goldman Sachs disseram em relatório recente que, “dado o ponto de partida elevado para as taxas reais e o progresso contínuo (na redução) da inflação, esperamos que os diferenciais de juros reais continuem favoráveis ao câmbio mesmo quando a normalização da política monetária começar, e acreditamos que os fluxos de renda fixa continuam sendo um importante vento favorável para o real”.
“Embora uma pequena retração após um forte rali (do real) seja certamente possível, achamos que o dólar spot ainda tem espaço para uma tendência de baixa”, completou o banco no documento.
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Cabe ressaltar que, nesta segunda, o cenário esperado para o câmbio brasileiro em 2023 e 2024 voltou a se apreciar no Relatório de Mercado Focus após uma semana favorável para a moeda brasileira e diante da melhora da perspectiva do rating brasileiro pela S&P. A estimativa para o câmbio este ano passou de R$ 5,10 para R$ 5,00, de R$ 5,15 há um mês. Para 2024, a mediana passou de R$ 5,17 para R$ 5,10, contra R$ 5,20 quatro semanas antes.
Para a equipe do Citi no Brasil, a decisão da S&P da semana passada de elevar a perspectiva de rating é um evento relevante para aumentar a confiança dos investidores, potencialmente favorecendo entradas de capital e valorização da moeda local. “Além da potencial valorização da moeda que sustenta o processo desinflacionário em curso, a decisão da S&P também pode contribuir para reancorar as expectativas de inflação, fortalecendo ainda mais o argumento de cortes mais precoces nas taxas de juros do que estamos prevendo atualmente”, afirmou a equipe do Citi em relatório.
Na última sessão, na sexta-feira, a divisa norte-americana à vista fechou em alta de 0,39%, a R$ 4,8214 na venda, após ter acumulado queda de 5,32% nas dez sessões anteriores. É normal, após movimentos acentuados do dólar, haver momentos de correção no sentido oposto, conforme operadores realizam lucros.
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Enquanto isso, no exterior, o dólar registrava leves ganhos contra uma cesta de pares fortes em dia de feriado nos Estados Unidos, com o foco na trajetória de política monetária do Federal Reserve. Na semana passada, o banco central norte-americano manteve sua taxa básica de juros, mas sinalizou a possibilidade de mais duas altas nos custos dos empréstimos neste ano.
“Todas as expectativas de cortes (de juros nos EUA) foram empurradas para 2024” após o encontro do Fed, destacou Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
O chair da instituição, Jerome Powell, prestará depoimento ao Congresso dos EUA na quarta e na quinta desta semana, e será acompanhado de perto pelos mercados financeiros, que buscam pistas sobre os próximos passos do Fed.
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(com Reuters)
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