Viveo (VVEO3) amplia receita em 64% no quarto trimestre e mira aquisições que “movam o ponteiro”

Empresa de saúde fez rodada agressiva de M&As nos últimos anos e consolidou dez empresas em 2022; foco será capturar sinergias e aquisições pontuais

Rikardy Tooge

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A Viveo (VVEO3), que atua no setor hospitalar, desde a a fabricação de produtos e distribuição de materiais e medicamentos, registrou lucro líquido ajustado de R$ 90,3 milhões no quarto trimestre de 2022, queda de 1,4% em relação a igual período do exercício anterior. No ano passado, a companhia lucrou R$ 344,7 bilhões, com alta de 12% em relação a 2021.

A receita líquida ajustada da Viveo no quarto trimestre de 2022 chegou a R$ 2,6 bilhões, com crescimento de 63,8% em relação a igual intervalo de 2021. Em todo o ano passado, o crescimento foi de 45,8%, para R$ 8,7 bilhões.

A companhia aponta que o desempenho foi reflexo de uma agressiva estratégia de aquisições para acelerar seu crescimento desde a oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) – somente em 2022, foram consolidadas dez novas empresas ao portfólio da Viveo.

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“As aquisições foram importantes para mudar nosso patamar, mas também aceleramos o crescimento de muitas dessas empresas”, afirma Leonardo Byrro, CEO da Viveo, ao InfoMoney, que aponta ainda que o crescimento da operação sem os M&As foi de 15% no ano. “Mesmo sem esse investimento, estaríamos entregando crescimento”, pontua.

Entre os objetivos de longo prazo, a Viveo mira capturar R$ 111 milhões de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em sinergias de suas aquisições até 2024. Somente para este ano, o foco da empresa é simplificar a estrutura organizacional e capturar sinergias de mais de R$ 65 milhões em Ebitda.

“Os investimentos serão mais seletivos neste ano, respeitando o ambiente macroeconômico. Já temos muitas sinergias a capturar. Para nós, agora só faz sentido realizar movimentos maiores, que realmente ‘movam o ponteiro’ do nosso negócio”, reforça Byrro.

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Investimentos e Ebitda

Em 2022 a empresa empregou um capex recorde de R$ 213 milhões, que foram destinados para investimentos em tecnologia, operações fabris, infraestrutura, logística, além da continuidade de “aquisições estratégicas”.

O Ebitda ajustado, somou R$ 199,3 milhões no trimestre encerrado em dezembro, alta de 54,7%. Em 2022 o Ebitda ajustado chegou a R$ 731,4 milhões, com crescimento de 55,2%. A margem aumentou 0,5 ponto percentual, encerrando o ano em 8,4%.

“A melhoria de margem reflete a estratégia da companhia de crescer com rentabilidade e decorre principalmente das entradas de novas companhias com margens superiores à média do portfólio”, acrescenta o CEO.

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Para 2023, a empresa aposta no potencial de sua vertical de serviços, que engloba logística de insumos hospitalares, gestão de estoques e manipulação de bolsas para tratamento contínuo. Neste mercado, a Viveo fez seis aquisições em 2022 e viu a participação do segmento na receita subir de 1% para 10%.

“Há muito potencial para destravar, mas também temos possibilidades na vertical de materiais descartáveis, medicamentos e oncologia”, lembra o CEO.

Leonardo Byrro também destacou a última emissão de debêntures da companhia, que levantou R$ 400 milhões e alongou o perfil de endividamento da companhia, que saiu de CDI + 2,19% em 2021, para CDI + 1,85% e prazo de 4,6 anos. A alavancagem, medida pela dívida líquida sobre o Ebitda, terminou 2022 em 1,59 vez.

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Fim de lockup e negociações na Bolsa

Listada na B3 em um IPO de R$ 1,8 bilhão voltado para investidores profissionais (que movimentam mais de R$ 10 milhões), com a participação de como Dynamo, Equitas e Brasil Capital, a trava para negociações dos papéis (lockup, em inglês) dos papéis terminou em fevereiro.

Agora, uma das metas da companhia é aumentar a liquidez do papel e atrair investidores do varejo.

“Nós mudamos o patamar da empresa [durante o lockup]. Talvez nossa tese de crescimento fosse desconfortável para uma base grande de acionistas, mas nós estamos entregando e agora os investidores pegam uma outra empresa”, afirma o executivo.

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Nesta quinta-feira, os papéis da Viveo recuaram 1,05%, a R$ 17,80, com um valor de mercado estimado em R$ 5,1 bilhões.

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Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br