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SÃO PAULO – Maior fabricante de equipamentos de ventilação pulmonar voltados para Unidades de Terapia Intensiva (UTI) da América Latina, a Magnamed, como se pode imaginar, registrou ao longo dos últimos meses um aumento exponencial de demanda por seus produtos devido à pandemia.
Além de ter contribuído para salvar vidas em um momento tão difícil para o país, o aumento da receita da empresa deverá proporcionar ganhos polpudos para os seus investidores.
Em agosto de 2015, a Magnamed recebeu aporte financeiro da Vox Capital, uma das gestoras pioneiras no mercado de investimentos de impacto no Brasil.
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Na tarde desta sexta-feira, o evento Expert ESG reuniu gestores da Vox, da Mov, da Positive Ventures e da Gef Capital para falar sobre as oportunidades aos investidores que buscam aliar rentabilidade e impacto social positivo por meio dos fundos de venture capital.
Segundo Daniel Izzo, cofundador da Vox, o segmento não deveria ser visto como um nicho do mercado, uma vez que qualquer investimento que for feito trará algum tipo de impacto para a sociedade.
“Estamos acostumados a ver os investimentos com uma ótica 2D, em que só se vê o risco e o retorno”, afirmou Izzo, que acrescentou ser necessário analisar o mercado sob uma visão 3D, em que, ao risco e ao retorno, se adiciona também a avaliação de qual impacto a rentabilidade gerada ao portfólio causou à sociedade.
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Os investimentos que consideram essas três dimensões, prosseguiu Izzo, têm uma leitura mais completa do ambiente em que estão inseridas, e conseguem, por isso, ser negócios mais robustos, com maior relevância para a sociedade e, consequentemente, tendem a gerar retornos melhores.
“Todo investimento é 3D. Temos que começar a nos preocupar com o que o nosso dinheiro está gerando no mundo para ter aqueles 120%, 130%, 150% do CDI”, comentou o gestor.
Pragmatismo
Pela Gef Capital, o sócio fundador Anibal Wadih citou entre os investimentos na carteira a armazenadora de energia Unicoba, em meio à procura crescente do mercado por soluções eficientes e sustentáveis no setor.
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Além da proposta do negócio em si, o gestor da Gef destacou a importância de promover, dentro da própria companhia, um ambiente saudável e diverso, com a preocupação de formar uma equipe com diferentes perfis.
De forma pragmática, Wadih ressaltou que não entrou no mercado de impacto por querer fazer do mundo um lugar melhor para viver, mas porque foi o melhor caminho que encontrou para entregar retorno aos clientes de maneira eficiente.
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Na Mov Investimentos, o sócio cofundador Paulo Bellotti destacou entre os ativos da carteira a história da Biofílica, que, segundo o especialista, não só atua, como contribuiu para o próprio desenvolvimento do mercado de crédito de carbono do Brasil nos últimos anos.
O negócio tem como proposta ajudar na redução das emissões de gás carbônico na atmosfera, por meio da comercialização de títulos que servem para neutralizar as emissões provocadas por grandes conglomerados.
“A Biofílica é um exemplo bacana de impacto, porque atende uma necessidade da sociedade, cresce, é lucrativa e permitiu que houvesse um impacto sistêmico, ao ajudar a criar um mercado”, disse Bellotti.
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Cabe ressaltar que, apesar de terem uma proposta nobre, e rentável, os fundos de impacto de venture capital costumam ser restritos aos investidores qualificados, com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras, ou profissionais, em que a cifra sobe para R$ 10 milhões.
No caso da Positive Ventures, a sócia e CEO Andrea Oliveira destacou os investimentos na Eureciclo, que, como o nome já indica, busca incentivar o crescimento do setor de reciclagem no país, bem como na Labi Exames, que tem como proposta oferecer a realização de exames médicos com preços acessíveis para quem não tem plano de saúde.
“Os negócios que incorporam boas práticas e resolvem os principais desafios da humanidade vão prevalecer”, ponderou Andrea, que observou ainda que a crise provocada pela pandemia evidenciou ainda mais a resiliência dos negócios de impacto.