Em nova vitória de Arthur Lira, DEM deixa bloco de Baleia Rossi e adota “neutralidade” em eleição na Câmara

Movimento ocorre em meio à percepção de favoritismo do candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e diante de ampla dissidência no DEM

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A menos de 24h da eleição que definirá o novo presidente da Câmara dos Deputados pelos próximos dois anos, a Executiva do Democratas decidiu, na noite de domingo (31), deixar o bloco do candidato Baleia Rossi (MDB-SP) e liberar a votação de seus deputados. O movimento ocorre em meio à percepção de favoritismo do candidato Arthur Lira (PP-AL) e diante de ampla dissidência aberta no partido.

O encontro foi convocado pelo presidente nacional da sigla, o ex-prefeito de Salvador (BA) ACM Neto, e representa uma grande derrota ao atual presidente da casa legislativa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem feito campanha para Baleia Rossi na disputa pela sua sucessão. O DEM havia sido um dos patrocinadores do movimento que resultou na chapa “independente” ao comando da Câmara.

Conforme ACM Neto disse a Maia, o grupo de apoiadores à candidatura de Arthur Lira na sigla teria superado metade da bancada. Entre os dissidentes, há contas que indicam um apoio de 22 dos 31 membros.

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Logo após a confirmação da notícia, o PSDB também indicou poder deixar o grupo de Baleia Rossi e liberar seus representantes na votação – o que ampliaria o favoritismo de Arthur Lira, candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e que conta com o endosso de 11 siglas: PP (40), PL (43), PSL (53), Pros (11), PSC (10), Republicanos (32), Avante (8), Patriota (6), PSD (35), PTB (11) e Podemos (10).

Com posição “neutra” na disputa, DEM e PSDB somam 31 deputados cada. O desembarque das siglas faz com que o bloco de Baleia Rossi agora some nove legendas: MDB (33), PT (52), PDT (26), Solidariedade (14), Cidadania (7), PV (4), PCdoB (7), Rede (1) e PSB (30). E ainda há riscos de novas saídas até o horário da votação.

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A debandada provocou irritação de Rodrigo Maia, que ameaçou aceitar um dos pedidos de impeachment apresentados contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) antes de deixar o comando da Câmara dos Deputados. Insatisfeito com a postura adotada pelo DEM, o parlamentar tem dito que pode deixar a sigla.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.