"Ganho metade do que ganhava há um ano em dólares"
A engenharia financeira dos argentinos para driblar a inflação
Em uma economia altamente instável, com inflação de quase 13% ao mês e 138% em um ano, às vésperas de uma eleição presidencial, argentinos buscam maneiras de fazer o salário render mais.
O jovem engenheiro Ramiro González (nome fictício), assim como tantos outros argentinos, compra dólares quando sobra dinheiro no fim do mês – de variados jeitos, legais ou não.
O salário de González é de cerca de 550 mil pesos (R$ 3 mil na cotação do mercado paralelo). Em novembro, ele passará a ganhar 20% mais, com o terceiro reajuste só neste ano.
As correções, no entanto, são insuficientes. Ao InfoMoney, o engenheiro revelou que mesmo com os aumentos, ele ganha praticamente metade em dólares do que recebia quando começou no trabalho, há um ano.
Assim que o salário cai na conta, González paga a fatura do cartão de crédito, faz compras no supermercado para as duas semanas seguintes e adquire materiais para reformar a propriedade onde mora com a mãe.
Depois, ele transfere recursos para a conta digital remunerada mais famosa no país. Lá, o dinheiro parado rende cerca de 100% ao ano.
Se parece muito, é importante lembrar que a taxa básica de juros da Argentina é de 133% atualmente, enquanto a Selic brasileira está em 12,75%.
O que sobra o engenheiro troca por dólares, que junta em casa para proteger as economias, por meio do banco ou por cuevas, casas de câmbio que operam ilegalmente devido a restrições impostas pelo governo Macri.
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