“O que é confortável, raramente é rentável”; Equitas explica as mudanças na carteira do fundo

A frase foi dita por Luis Felipe Amaral, gestor da Equitas, após explicar as duas novas posições da gestora

Matheus Soares

Luis Felipe do Amaral, gestor da Equitas, no evento do InfoMoney (Crédito: Flavio Santana/Biofoto)
Luis Felipe do Amaral, gestor da Equitas, no evento do InfoMoney (Crédito: Flavio Santana/Biofoto)

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O Coffee & Stocks de hoje conversou com Luis Felipe Amaral, fundador da Equitas e gestor do premiado fundo de ações Equitas Selection (ele foi um dos três melhores fundos de ações do Brasil entre 2017 e 2019, segundo Ranking InfoMoney) mas que, como quase todos os fundos de ações do Brasil, não passou imune da coronacrise – até o momento, o Equitas Selection tem perdas de 22% em 2020.

Ao longo da crise, ele fez alguns movimentos na carteira do fundo, e um destes movimentos foi a inclusão de duas ações que passaram por dificuldades e estão tentando iniciar uma reviravolta operacional: CVC e Via Varejo. “O que é confortável, raramente é rentável”, disse o gestor, após explicar a inclusão delas.

Via Varejo entrou no fundo como uma das maiores posições após o forte desempenho da varejista durante a pandemia, enquanto a CVC ainda tem uma participação pequena (2,5%) dentro da carteira. Apesar de pequena, a compra de CVC chama atenção pelo fato de não ter sido a primeira vez que a Equitas monta posição na empresa.

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“Nós carregávamos posição desde 2016 e saímos completamente no início de 2019. Quando entramos era uma ação que negociava a 13 vezes o lucro projetado e quando saímos já estava 26 vezes o lucro. […] mais recentemente, a empresa vem passando por uma tempestade perfeita e teve até uma troca de gestão. O Leonel de Andrade [atual CEO] é um craque. Acompanho o trabalho dele há algum tempo e acredito que escolheram a pessoa correta para o que a empresa precisa […] é uma história que pode dar bastante alegria no médio/longo prazo”, contou Amaral.

Boom de cotistas
Apesar da queda do Equitas Selection no ano, o fundo foi disparado o que mais ganhou cotistas no ano: teve entrada líquida de 29,2 mil novos cotistas no 1º semestre. “O fundo vinha ganhando cotistas desde a entrada nas plataformas em 2018 e já nos comunicávamos bastante com eles, explicando as nossas características para justamente estabilizar o nosso passivo […] hoje, o brasileiro não tem outra alternativa a não ser tomar mais risco. Com os juros nos patamares que estão, os investidores acabam ficando sem alternativa”, disse o gestor.

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Quando perguntado sobre os motivos do desempenho e os aprendizados tirados no ano, o gestor respondeu: “demoramos para internalizar o tamanho do problema; nós subestimamos o potencial do que acabou acontecendo […] Essa crise parece que veio com o nosso número. Tínhamos posição em Petrobras, Intermédica, Azul, Localiza, Iguatemi e Renner, empresas que foram atingidas em cheio dada a crise de mobilidade”.

Das empresas da carteira, Petrobras saiu do fundo, enquanto Intermédica, Equatorial e Sabesp foram aumentadas. No final da Live, ele ainda deu um recado para todos os atuais cotistas da Equitas: “Crises como essa são imprevisíveis, mas vão acontecer de novo […] de tempos em tempos vai haver algum movimento forte e precisamos estar preparados para isso. Não coloque em ações, o dinheiro que vai precisar no curto prazo.”

Confira tudo o que foi conversado no Coffee & Stocks de hoje clicando na imagem abaixo.

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Matheus Soares

Matheus Soares é analista da Rico Investimentos e um dos responsáveis pela Carteira Rico Dividendos 8+