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Em meio a tanta incerteza nos tempos atuais, as ações de empresas ligadas ao setor de infraestrutura podem ser consideradas um “porto seguro”, que misturam bom potencial de valorização com risco menor de execução. Essa foi a conclusão da live desta quarta-feira (17) na XP Investimentos, que foi apresentada pelo Thiago Salomão, co-fundador deste nosso querido Stock Pickers.
A live, que faz parte do projeto “Preparando para a Retomada”, contou com o analista da XP do setor de utilities, Gabriel Francisco, e os gestores Sara Delfim (Dahlia Capital), Marcio Pernanchini (Kapitalo) e Vinicius Canheu (Equitas).
Sara trouxe a perspectiva sobre o setor de infraestrutura e concessões e explicou sua preferência por Rumo a despeito das duas concessionárias da bolsa (CCR e Ecorodovias). Pernanchini deu uma verdadeira aula sobre saneamento e deixou claro por que Sabesp é a sua preferida das outras empresas do setor na bolsa (Copasa e Sanepar). Já Canheu citou Equatorial e Cesp como as elétricas mais interessantes, mas chamou atenção para uma ação que talvez um fundo não possa montar posição mas o investidor pessoa física pode, pela falta de liquidez: a Coelce.
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Confira o resumo:
Infra e concessões: Rumo é o caminho (desculpa o trocadilho) e olho em Mills
Sara: A malha ferroviária tem muita oportunidade de expansão no Brasil: países como Índia e Argentina, que possuem um terço do tamanho do Brasil, têm uma malha ferroviária maior ou igual à nossa. Sem dizer que ele se beneficia diretamente do crescimento agro no Brasil: temos 150 milhões de hectares aráveis para produção, porém utilizamos apenas 60 milhões.
Em termos práticos, a Rumo apresenta uma TIR real (TIR = taxa interna de retorno; real = superior à inflação) de 6%. É um risco interessante para se perseguir, principalmente se olhar que as companhias de concessões rodoviárias, CCR e Ecorodovias, possuem TIR na faixa de 2,5% – nesses patamares, não vale a pena correr o risco ‘de bolsa’, você pode ficar em uma NTN-B. Por mais que a perspectiva as concessionárias seja positiva, o investimento não é tão atrativo.
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Dentro da infraestrutura, uma empresa que não temos mas que estamos de olho e o investidor pessoa física também pode ficar de olho é a Mills. É uma companhia que se beneficiaria de uma “segunda onda” de recuperação econômica, por fornecer equipamentos para obras pesadas, que são utilizados principalmente no segundo ano de obras.
Saneamento: SP a frente de MG e PR
Pernanchini: O novo marco regulatório pode finalmente ser aprovado após três anos para sair do papel. Qual será o impacto disso? Tornando curta uma história longa: todas as companhias do setor terão uma redução em seus custos. Isso somado a redução de custo do capital das empresas, temos um cenário interessante para essas empresas.
Ainda há espaço para expansão: 20% da população no Brasil ainda não recebe água tratada, e a coleta de esgoto só chega para metade da população. Uma situação ruim para o país, mas é espaço para as companhias expandirem sua cobertura, ainda mais com possíveis processos de privatização, onde expansão significa mais receita, e não maiores dificuldade operacionais.
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Estima-se que cada R$ 1 bilhão investido em saneamento fará o o Brasil gerar 60 mil empregos. Fazendo uma continha de padeiro: com a expectativa de R$ 30 bilhões de investimentos por ano, estamos falando de uma geração de 1,8 milhão de empregos.
Todas as três companhias do setor estão sendo negociadas a preços interessantes mas a Sabesp é a preferida por ter um horizonte de privatização que melhoraria muito a sua gestão, provocaria expansão para outros municípios no estado de São Paulo. “Em um dos meus cenários, vejo a Sabesp dobrando de preço com a privatização”.
Energia: ações óbvias e outra “só para pessoa física”
Canheu: Dento das três subdivisões do setor de energia (geração, transmissão e distribuição), a maior oportunidade está em Cesp e Equatorial. A Equatorial tem desempenhado um excelente trabalho na região Norte e Nordeste do país. Já a Cesp, geradora que foi privatizada há 2 anos, está com uma administração muito boa e possui bons contratos de distribuição, o que traz resiliência para sua receita.
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Fora das opções óbvias, o gestor da Equitas destaca a Coelce, a distribuidora de energia do Ceará, que é “uma história muito mais pra pessoa física do que para os fundos” pela baixíssima liquidez. Ela é super bem administrada (é controlada pela Enel), com um dividendo muito acima da Selic e com uma tendência de crescimento muito grande. Ela está sofrendo com a crise mas como boa parte do consumo dela é de baixa renda, ele está sendo subsidiado pelo governo do estado. Muita gente acha que é um “player de fechamento de capital” (a lembrar: ela quase saiu da bolsa anos atrás por uma proposta de fechamento de capital da Enel, mas ela não conseguiu vender todas as ações porque algumas ficaram sob posse da Eletrobras), e por isso o avanço de uma privatização da Eletrobras pode acelerar a venda da empresa, o que seria interessante considerando que o preço atual dela está bem descontado de qualquer métrica de valuation adotada na época da oferta de fechamento de capital.
Para mais detalhes, assista a live na íntegra: clique aqui.